terça-feira, 22 de dezembro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA CLASSIFICADA PARA O FESTIVAL DE CURITIBA

Fringe é considerado o maior festival de teatro da América Latina

Pela segunda vez consecutiva a Cia. Ribeirão Em Cena vai representar Ribeirão Preto no Festival de Curitiba, considerado o mais importante do país. Desta vez, o espetáculo selecionado pela direção do Festival é “A Maldição do Vale Negro”, texto escrito pelos gaúchos Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur Nunes nos anos 80.

A direção de Gracyela Gitirana remete a uma paródia do melodrama, gênero que teve seu auge no século dezenove após a Revolução Francesa, e que mostra situações que vão do drama ao patético, fazendo a plateia ficar em dúvida se, afinal de contas, aquilo que está em curso é uma tragédia ou uma comédia.

O espetáculo ficará em cartaz durante quatro dias em Curitiba (de 20 a 24 de março) no Centro Cultural Casa Hofmmam na programação do Fringe. Criado pelo Festival de Curitiba, o Fringe tem como objetivo montar uma vitrine para as companhias. Por meio dela, os grupos têm a oportunidade única de exibir seu trabalho para um público sempre interessado, jornalistas especializados de todo o país e ainda representantes de diversos festivais, eventos e espaços culturais do país e do exterior. Deste modo, tanto as platéias como os profissionais que participam do evento, à convite da organização, tem uma oportunidade única de conhecer novos trabalhos e visões do teatro atualmente produzido.

O elenco de “A Maldição do Vale Negro” é formado por atores e atrizes formados nas oficinas cênicas da Ribeirão Em Cena e que se profissionalizaram através de exames no Sindicato dos Atores Profissionais do Estado de São Paulo. São eles: Joubert de Oliveira, Rodrigo Oliveira, Camila Deleigo, Rafael Felix, Gabriel Olivers, Stella Maris e Gracyela Gitirana, que também dirige o espetáculo.

Na última edição do Festival de Curitiba, março de 2009, a Ribeirão Em Cena apresentou-se no Fringe com "Um Grito Parado no Ar " de Gianfrancesco Guarnieri e direção de Gilson Filho.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

FOLCLORE E CONGADA ENCERRAM 8ª MOSTRA RIBEIRÃO EM CENA

O espetáculo “Quintal – A Ponte do Tempo”, inspirado nas obras de Arthur Bispo do Rosário e Manoel de Barros, encerra a Mostra Ribeirão Em Cena de Teatro que, em 2009, contou com o apoio do Ministério da Cultura através do Prêmio Areté Cultura Viva – Eventos em Rede.

Neste ano, mais de cem bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena estiveram em quatro espetáculos desde o dia 14 de novembro e trouxeram ao Espaço Cultural SantelisaVale e Débora Duboc mais de mil espectadores nos doze dias de “Fruto da Imaginação”, “Vereda da Salvação” e “Reflexus”.

“Quintal – A Ponte do Tempo”, criação coletiva com direção de Fabiana Fonseca e elenco formado por bolsistas que concluem o Curso de Iniciação ao Teatro de 2009, estará em cartaz entre os dias 12 e 15 de dezembro. A peça é uma grande brincadeira de fundo de quintal que resgata ações culturais brasileiras como as cantigas de roda, lendas, mitos, ritmos, danças, bailados e todo o rico e diversificado material que faz parte do folclore do nosso povo.

No dia 13 (domingo), antes de ‘Quintal – A ponte do tempo’, o Terno Mirim de Santo Antônio da Alegria fará uma apresentação da cultura regional de Congos, a partir das 17h, em frente ao Espaço Cultural SantelisaVale. Um dos objetos de pesquisa dos bolsistas para montagem do espetáculo foi a Festa do Congo, em Santo Antônio da Alegria, que reuniu mais de 50 ternos do país em setembro deste ano.

Direção: Fabiana Fonseca
Elenco: Pretinho Branco, Saul Borsari, Dani Viola, Bruna Vanzeli, Bianca Gonçalves, Bruno Matteuzzo, Loruama Borowski, Carol Scabora, Kátia Nunes, Cláudio Lucchetti, Manu Fernandes, Elisa Andrade e Paula Braga.

Serviço:
"Quintal - A ponte do tempo"
Espaço Cultural SantelisaVale
Horário: Sábado, segunda e terça-feira, às 21h.
Domingo, com apresentação de Congada do Terno Mirim de Sto Antônio da Alegria, às 17h.
Ingressos: R$10 e R$5
Rua Lafaiete, 1084 - Centro

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PROFESSORES DO RIBEIRÃO EM CENA VIAJAM NESTA QUARTA-FEIRA PARA ENCONTRO COM EUGÊNIO BARBA

Os professores José Maurício Cagno e Gracyela Gitirana da ONG Ribeirão Em Cena viajam nesta quarta-feira para o encontro com o diretor de teatro italiano, fundador e diretor do Odin Teatret, Eugênio Barba.


Pelo segundo ano consecutivo, José Maurício Cagno participa do encontro que contou em 2008 com a presença de atores e diretores do Maranhão, Paraíba, Santa Cantarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Distrito Federal e França. O projeto pedagógico ministrado por Barba, em que o mestre da Antropologia Teatral trabalha com atores de forma intensiva, é único em todo o mundo.


Apenas 16 diretores de todo o país vão assistir às palestras e atividades que terão a participação da atriz Julia Varley, entre os dias 9 e 13 de dezembro, em Brasília. A novidade deste ano é que os inscritos deverão apresentar para Eugênio Barba e Julia Varley, no primeiro dia de oficina, um “cartão de visita” do seu trabalho dramático, ou seja, cinco minutos de material profissional (cena, partituras físicas, músicas, textos interpretados) que possam servir de referência e conteúdo para o trabalho prático.



Também deverão ter dois textos e uma música memorizados para trabalhar a montagem de ações (utilizando ou não o material apresentado). Um dos textos será SUDDENLY IN THE DEPTHS OF THE FOREST (De repente, nas profundezas do bosque) de Amos OZ, selecionado por Eugênio Barba para integrar a construção da dramaturgia durante o treinamento, visando ensinar como construir uma dramaturgia a partir de um conto, ou obra ainda não sistematizada como teatro.


O objetivo do projeto é que os artistas interessados em construir solos ou duos possam a partir dessa proximidade com o diretor Eugenio Barba, reencontrá-lo no curso para mostrar o andamento de suas criações e idéias do ano anterior e obter novo treinamento e orientação.
Na ONG Ribeirão Em Cena, José Maurício Cagno é responsável pelo Núcleo de Investigação Teatral (NIT) formado por bolsistas em estágio avançado e Gracyela Gitirana ministra aulas de improvisação através do Método Augusto Boal

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MOSTRA RIBEIRÃO EM CENA APRESENTA TEXTO DE JORGE ANDRADE


A 8ª Mostra Ribeirão Em Cena de Teatro apresenta nos dias 28, 29 e 30 de novembro, e 1º de dezembro, o espetáculo “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade, no Espaço Cultural SantelisaVale. Com apoio do Ministério da Cultura através do Prêmio Areté Cultura Viva – Eventos em Rede, a Mostra deste ano se estenderá até o dia 15 dezembro com espetáculos de sábado às terças-feiras nos Espaços Culturais SantelisaVale e Débora Duboc.


O elenco é formado por bolsistas do Ribeirão Em Cena que estão concluindo o curso de iniciação ao teatro, e dirigida pelo professor Júlio César Avanci. “Vereda da Salvação” carrega personagens históricos, que viveram tragédias do camponês brasileiro, que é fanático e sofre com a fome, a falta de horizonte, e explode periodicamente. Neste caso, são fatos verídicos que ocorreram em 1954, em Malacacheta, no nordeste de Minas Gerais.


A intriga é simples e densa. A peça flui do crepúsculo de um dia ao amanhecer do dia seguinte, num pequeno grupo de agregados, adeptos de uma seita em que traços adventistas se misturam ao catolicismo. Os agregados estão nervosos, pois a ação começa na véspera de uma reunião anual com líderes vindos de fora, em que todos devem purificar-se a fim de receber a graça de Deus. Para isso é preciso confessar publicamente as culpas, perdoar e ser perdoado.


Ficha Técnica:

Elenco:

Ana Carolina da Silva - Dolor

Ana Cecilia Rodrigues - Conceição

Bianca Cellani - Durvalina

Diego Santiago - Manoel

Gabriela Brigolin - Artuliana

Lígia de Barros - Ana

Mayra Faria – Daluz; 1º Mulher

Reginaldo Francisco Jr. - Joaquim

Stella Provinzano - Germana

Theo Campos - Geraldo


Atores Convidados:

Cleiton Silva - Pedro

Gabriela Grecco – 2º Mulher

Luciana Merussi – 3º Mulher

Rodrigo Garcia – Onofre


As crianças:

Alan Avanzi - Jovino

Alexandre Avanzi – Ivo


Adaptação e Direção - Júlio César Avanci

Preparação para Canto - Desirée Furtado

Figurino – Zenilda



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA ABRE INSCRIÇÕES PARA TURMAS 2010

As inscrições para bolsistas interessados em cursar as oficinas de iniciação ao teatro da ONG Ribeirão Em Cena em 2010 estarão abertas entre os dias 16 e 30 de novembro (2009), no Espaço Cultural SantelisaVale, das 9h às19h. O interessado deve apresentar no ato: foto 3x4 e RG, além de preencher ficha de inscrição.

O processo seletivo é composto de duas etapas: dia 19 de dezembro, às 9h, o candidato, depois de passar por entrevista, deve apresentar uma cena de (no máximo) 3 minutos com um dos textos indicados que são: A Cruz de Giz, Bertolt Brecht; A Hora H - Mário Lago; A Dama da Bergamota - Tennessee Williams; Aos Que Vierem Depois de Nós - Bertolt Brecht. Todos esses textos podem ser encontrados na Biblioteca Plínio Marcos, da Ribeirão Em Cena.

A segunda etapa está marcada para 20 de dezembro, também às 9h, no mesmo SantelisaVale. Nesta fase serão realizados trabalhos conjuntos de improvisação e técnica corporal.

O resultado será publicado no dia 22 de dezembro e as aulas terão início em 16 de janeiro. O curso é oferecido gratuitamente com aulas de segunda à quinta-feira, nos períodos de manhã, tarde ou noite.

O edital está publicado no site www.ribeiraoemcena.org.br, no link Oficina.

Curso Gratuito de Iniciação ao Teatro
Inscrições: de 16 a 30 de novembro (das 9h às 19h)
Exames: 19 e 20 de dezembro (início 9h)
Idade mínima: 16 anos
Documentos: Foto (3x4) e RG
Início das aulas: 16 de janeiro de 2010

Espaço Cultural SantelisaVale
R: Lafaiete, 1084, Centro
(16) 3610-7770

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA ABRE MOSTRA COM ESPETÁCULO PARA DEFICIENTES VISUAIS

Um projeto inédito marcará a 8ª Mostra de Teatro Ribeirão Em Cena nesta quarta-feira (11). O espetáculo de pré-estréia será encenado exclusivamente para uma plateia formada por deficientes visuais integrantes da Associação dos Cegos de Ribeirão Preto. O elenco é formado por bolsistas da ONG que estudam à noite que levarão a cena “Quintal – A ponte do tempo”, trabalho de criação coletiva inspirada nas obras dos poetas Manoel de Barros e Arthur Bispo do Rosário. “É a ligação entre o cotidiano e a arte. Através de depoimentos e entrevistas com pessoas comuns que tem algo a nos contar, momentos sublimes e felizes”, conta a professora Fabiana Fonseca que dirige o espetáculo.

Após a pré-estreia, “Quintal – A ponte do tempo” ficará em cartaz no Espaço Cultural SantelisaVale, nos dias 12, 13, 14 e 15 de dezembro. O espetáculo do dia 13 (domingo) contará com a participação especial do Grupo de Congada Terno Mirim Nossa Sra. Aparecida de Santo Antônio da Alegria, criada em 2009 no Projeto Alegria, formada por crianças e adolescentes.

Realizada este ano com apoio do Ministério da Cultura através do Prêmio Areté Cultura Viva – Eventos em Rede, a 8ª Mostra Ribeirão Em Cena se estenderá até o dia 15 dezembro com espetáculos de domingo às terças-feiras nos Espaços Culturais SantelisaVale e Débora Duboc.

Nos dias 14, 15 e 16 de novembro, os bolsistas dirigidos pela professora Gracyela Gitirana vão apresentar o espetáculo “Fruto da Imaginação”, criação coletiva que mistura lendas, folclores e brincadeiras populares numa imensa contação de histórias. “A ideia é criar espaços cênicos que caracterizem cada região do nosso país. Será uma contação de histórias repleta de dinâmicas, brincadeiras e jogos da cultura popular”, diz Gracyela Gitirana que trabalhou durante seis meses com os ensaios da peça.

O diretor Júlio Avanci, juntamente com elenco de aproximadamente 20 atores, escolheu o texto “Vereda da Salvação”, do dramaturgo Jorge Andrade, para apresentar na Mostra nos dias 28, 29 e 30 de novembro, e 01 de dezembro. Após muita pesquisa e leituras de outros textos, o grupo se identificou com as reflexões do autor sobre a fé, o fanatismo religioso, questões agrárias e a relação com o poder. Durante o processo de montagem, os bolsistas foram até Serra Azul no assentamento do MST (Movimento dos Sem Terra) para conhecer a realidade do povo que vive do cultivo da terra.

O grupo dirigido pelo professor Renato Ferreira, formado por bolsistas que estudam à tarde, vai apresentar na Mostra um espetáculo que discute o papel da mulher em nossa sociedade entre os dias 05 e 08 de dezembro. “Reflexus” questiona preconceitos e expõe o universo feminino através de cenas, coreografias e músicas. “O grupo escolheu o tema os próprios atores trouxeram cenas e pesquisas que contextualizem esse universo. Do papel da mulher indígena em sua tribo à mitologia grega e contos de fada que trazem arquétipos diferentes a respeito da figura feminina”, disse Renato Ferreira.

Em sua 8ª Edição, a Mostra Ribeirão Em Cena é uma vitrine para os atores recém-formados no curso de iniciação da ONG.

Ficha Técnica:
8ª Mostra Ribeirão Em Cena de Teatro
14, 15 e 16 de novembro - "Fruto da Imaginação", direção Gracyela Gitirana (criação coletiva);
28, 29, 30 de novembro, e 1º de dezembro - "Vereda da Salvação", de Jorge Andredade, direção Júlio Avanci;
05, 06, 07 e 08 de dezembro - "Reflexus", direção Renato Ferreira (criação coletiva);
12, 13, 14 e 15 de dezembro - "Quintal - A ponte do tempo", direção Fabiana Fonseca (criação coletiva);

Horário: Sábado, às 21h; Domingo, segunda e terça, às 20h;
Local: Espaço Cultural SantelisaVale (R: Lafaiete, 1084 - Centro);
Ingressos: R$10 (inteira); R$5 (estudantes, professores e terceira idade);
Classificação: Livre

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA RECEBE HOJE CIRCUITO TUSP COM ESPETÁCULO ‘SEPARAÇÃO DE CORPOS’

O circuito TUSP (Teatro da USP) apresenta nesta quinta-feira, 22, às 20h, o espetáculo “Separação de Corpos”, no Espaço Cultural SantelisaVale. A dramaturgia de Renata Mazzei e Sandra Carezzato conta a história de uma mulher deixada pelo marido, que enfrenta diversos estágios emocionais em busca da superação da perda.

A protagonista se prende a sentimentos como desespero, esperança, frustração, alegria, tristeza, desânimo e saudade pelo simples contato com os móveis da casa. A fim de se reajustar a nova realidade, ela utiliza princípios e técnicas do Aikido, influenciando sobremaneira as ações físicas, o figurino e o cenário.

O espetáculo “Separação de Corpos” é gratuito e recomendado para maiores de 16 anos. Após a apresentação, haverá um diálogo sobre o processo de criação de um monólogo com a atriz. Para mais informações, o e-mail é claudia.fabiano@usp.br

Serviço:
“Separação de Corpos”
22/10 (quinta-feira)
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Horário: 20h
Grátis
Duração: 60 minutos

Ficha Técnica:
Direção, elenco e cenário: Renata Mazzei
Assistência e Supervisão: CEPECA
Dramaturgia: Renata Mazzei e Sandra Carezzatto
Figurino e Adereços: Renata Mazzei e Suzana Alves
Trilha Sonora: Dudu Tsuda

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O PATINHO FEIO RETOMA TEMPORADA DE TEATRO INFANTIL NO SANTELISAVALE

Está reaberta a temporada de espetáculos infantis no Espaço Cultural SantelisaVale. Neste domingo, 18, às 10h, grupo 'Nós duas e eu sozinho' remonta a emocionante história de um filhote esquisitinho que passa por diversas privações e sofre preconceitos devido a sua feiúra.

O Patinho Feio, rejeitado e abandonado pela mãe e pelos irmãos, enfrenta questões presentes em nossas vidas como a busca da aceitação. O espetáculo é uma adaptação da obra Hans Christian Andersen.

No elenco estão as atrizes Alessandra Leah e Renata Torraca, que levantam discussões sobre o nosso cotidiano como as descobertas feitas pelas crianças, de vontades próprias e imposições que interferem nos relacionamentos e entendimentos de mundo.

Em novembro, também no SantelisaVale a Cia. Cornucópia de Teatro apresenta o espetáculo 'A Bruxa Malabé', de Ana Luiza Gentil e direção Dino Bernardi.

Serviço:
'O Patinho Feio'
Grupo Nós duas e eu sozinho
Dia: 18/10 (domingo)
Horário: 10h
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Atrizes: Alessandra Leah e Renata Torraca
Música: Victor Roque

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FÉ, FOLCLORE, CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E UNIVERSO FEMININO ESTARÃO NA 8ª MOSTRA RIBEIRÃO EM CENA DE TEATRO


Os bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena estão em processo de criação e montagem dos espetáculos para a 8ª Mostra de Teatro que inicia no dia 20 de novembro. Cerca de 100 atores, divididos em quatro grupos, estão ensaiando de segunda à sexta no SantelisaVale, e em espaços alternativos aos sábados e domingos.

No repertório deste ano os bolsistas optaram por temas diversificados, porém, comum em um aspecto: assuntos que fazem parte do cotidiano do povo brasileiro. A turma dirigida por Gracyela Gitirana vai apresentar uma costura de lendas, folclores e brincadeiras populares numa imensa contação de histórias: da “Perna cabeluda”, vinda do Nordeste a “Gralha Azul” e o “Primeiro Gaúcho” da região sul. “A ideia é criar espaços cênicos que caracterizem cada região do nosso país. Será uma contação de histórias repleta de dinâmicas, brincadeiras e jogos da cultura popular”, disse Gracyela.

O grupo dirigido por Renato Ferreira fará uma reflexão a partir do universo feminino. Questionamentos, preconceitos e o papel do feminino em nossa sociedade serão expostos através de cenas, coreografias e músicas. “O grupo escolheu o tema os próprios atores trouxeram cenas e pesquisas que contextualizem esse universo. Do papel da mulher indígena em sua tribo à mitologia grega e contos de fada que trazem arquétipos diferentes a respeito da figura feminina”, disse Renato Ferreira.

Nas turmas dos bolsistas que estudam à noite, dois espetáculos distintos. Sob direção da professora Fabiana Fonseca, o grupo nomeou a produção artística como Teatro da Ponte. “É a ligação entre o cotidiano e a arte. Através de depoimentos e entrevistas com pessoas comuns que tem algo a nos contar, momentos sublimes e felizes”, contou Fabiana. Inspirados na cultura popular, os bolsistas estudaram ‘artistas do povo’ como Manoel de Barros e Arthur Bispo do Rosário.

O diretor Júlio Avanci, com elenco de aproximadamente 20 pessoas, escolheu com os bolsistas o texto “Vereda da Salvação”, do dramaturgo Jorge Andrade. Após muita pesquisa e leituras de outros textos, o grupo se identificou com as reflexões do autor sobre a fé, o fanatismo religioso, questões agrárias e a relação com o poder. Durante o processo de montagem, os bolsistas criaram instalações artísticas a partir do texto, a fim de expor o que cada um absorveu ao ler Jorge Andrade.

Em sua 8ª Edição, a Mostra Ribeirão Em Cena é uma vitrine para os atores recém-formados no curso de iniciação da ONG. Desde o começo do ano, os bolsistas tiveram aulas de história do teatro, interpretação, canto, cenografia, técnica vocal, dança, expressão corporal e improvisação. Neste segundo semestre, os quatro grupos se apresentarão entre os dias 20/09 e 15/12.

Em oito anos de vida, a ONG Ribeirão Em Cena proporcionou a iniciação teatral a mais de 4 mil atores de Ribeirão e Região. Recentemente, a atriz Carolina Capacle, formada na ONG Ribeirão Em Cena, foi indicada ao 17º Prêmio FEMSA de Teatro Infantil com o espetáculo “O Colecionador de Crepúsculos”, de Vladimir Capella. Outros bolsistas ingressaram nas principais faculdades de Artes Cênicas do país.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Instalações Artísticas

Fotos das instalações artísticas com o professor Júlio Avanci, criadas a partir do texto Vereda da Salvação, de Jorge Andrade.


Confira mais fotos em http://picasaweb.google.com/ribeiraoemcena/InstalacoesArtisticas#

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oficina com o diretor José Maurício Cagno


Diretor e coordenador do grupo de pesquisa em teatro (NIT - Núcleo de Investigação Teatral) da ONG Ribeirão Em Cena, José Maurício Cagno, ministrou uma oficina no Espaço Cultural SantelisaVale. Foram mais de quatro horas de exercícios, discussões e vivências em pleno domingão!

Gracyela Gitirana e Fabiana Fonseca no SESC


As professoras da ONG Ribeirão Em Cena Fabiana Fonseca e Gracyela Gitirana () participaram neste domingo do "SESC - Contação de Histórias". As crianças se divertiram com os átomos/bexigas durante a apresentação. No próximo domingo, elas estarão novamente no saguão do SESC, às 15h. A entrada é grátis.

Confira mais fotos em: http://picasaweb.google.com/ribeiraoemcena/ContacaoDeHistoriasSESCGraEFabi#

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA PARTICIPA DE FESTA DO CONGO EM SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA

Os bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena participaram neste final de semana da tradicional Festa do Congo, em Santo Antônio da Alegria. Durante os quatro dias de festividades, cerca de 50 ternos se apresentaram em frente a igreja Nossa Senhora do Rosário e pelas ruas da cidade.

Objeto de pesquisa e inspiração para os atores da ONG, o folclore, a religiosidade e principalmente o contato com os congados serão trabalhados nas montagens para a Mostra Ribeirão Em Cena de teatro, que começa em novembro deste ano.

A professora Fabiana Fonseca ressaltou a importância do resgate e valorização da cultura popular brasileira. “Não podemos perder nossas referências indígenas, raízes africanas e essa religiosidade. Precisamos construir uma identidade inspirada no que é nosso”, afirmou Fabiana, que organizou a viagem com mais de 30 bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena.

“Estar presente em uma festa como essa era necessário. Eles são os verdadeiros artistas, quem nos inspira e nos impulsiona para uma criação. São muitas cores, vibrações e sons”, disse.

A bolsista Loruama Alves Gomes, 29, tinha outra concepção sobre a congada e despertou uma inquietude depois da viagem. “Pessoas sofridas, queimadas do sol, com fisionomias de trabalhadores e felizes com a vida que levam. A congada é um momento de fé, de emoção, que eles amam. Essa é a verdadeira arte. Eles fazem o que gostam e não o que dá dinheiro”, afirmou Loruama.

Além de Fabiana Fonseca, a professora e diretora Gracyela Gitirana também foi a Santo Antônio da Alegria e vai trabalhar com movimentos folclóricos e cultura popular. O professor Júlio César Avanci escolheu o texto Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, que fala sobre religião e ressaltou a importância da crença na vida daquelas pessoas. A ONG Ribeirão Em Cena começou o processo de montagem das pessoas para o final deste ano.

Congado

O Congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil. Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas, e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

O Congado originou-se na África no país do Congo, inspirando-se no Cortejo aos Reis Congos que era uma expressão de agradecimento do povo aos seus governantes. Ao receber a colonização portuguesa, vários africanos foram trazidos para o Brasil para serem escravos e acabaram trazendo esta tradição e mesclando com a cultura local.

No Brasil o Congado é celebrado em várias localidades como Cametá/PA, no Esprírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Armação de Itapocoroy/SC, Catalão/GO, Machado/MG, São João del-Rei/MG, Uberlândia-MG, São Sebastião do Paraíso/MG, São Gonçalo do Sapucaí-MG, Pedro Leopoldo-MG dentre outras.

O congado, também chamado de congo ou congada mescla cultos católicos com africanos num movimento sincrético. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco. Ocorre em várias festividades ao longo do ano, mas especialmente no mês de outubro, na festa de Nossa Senhora do Rosário. O ponto alto da festa é a coroação do rei do Congo.

Na celebração de festas aos santos, onde a aclamação é animada através de danças, com muito batuque de zabumba, há uma hierarquia, onde se destaca o rei, a rainha, os generais, capitães, etc. São divididos em turmas de números variáveis, chamados ternos. Os tipos de ternos variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões e outros.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

RIBEIRÃO EM CENA EMOCIONA FREI BETTO



O encerramento do 3º Fórum Social Regional, sediado em Jaboticabal no último domingo (23), ficou marcado pela homenagem feita ao escritor e frade dominicano Frei Betto, com a apresentação do texto “Reality Show” pelos bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena. Autor da crítica ao programa Big Brother, Frei Betto se emocionou, aplaudiu de pé e fez questão de cumprimentar os atores, um a um, após o espetáculo. “Foi o melhor presente de aniversário que eu poderia receber”, disse Frei Betto, que comemora hoje 65 anos.


O texto inspirou a professora e diretora Fabiana Fonseca, que reuniu 18 bolsistas em cena a fim de produzir a montagem. “Foi uma troca muito legal. Fomos presenteados com o texto Reality Show e demos vida a ele. Ensaiamos desde abril e tivemos essa oportunidade de apresentar no Fórum com a presença dele”, afirmou Fabiana.


Assessor de movimentos sociais, o frade dominicano esteve na abertura do Fórum, falou sobre “Desafios às lideranças sociais diante das crises econômicas, política, moral e ecológica”, e participou dos grupos de discussões.


O professor da ONG Júlio Avanci, presente no Fórum, ficou orgulhoso ao ver a participação dos bolsistas. “Fiquei surpreso quando vi os mais de 15 atores finalizando o congresso político. O teatro sintetizou um dia inteiro de debates e palestras através da arte”, disse.


Para os bolsistas, além de interpretar o texto no palco, o dia foi bastante produtivo. “Foi gratificante. Passei a admirá-lo ainda mais depois da palestra. Levo comigo duas dedicatórias nos livros que comprei. ‘Muita fome de justiça’ e ‘A dor pode ser transformado em amor’”, relembra a bolsista Ligia Bueno.


Frei Betto

Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como Frei Betto, nasceu em 25 de agosto de 1944 em Belo Horizonte-MG. Escritor e religioso dominicano brasileiro, Frei Betto é filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Stella Libânio. Professou na Ordem Dominicana, em 10 de fevereiro de 1966, em São Paulo.


Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Além de amigo pessoal de Luís Inácio Lula da Silva e de Leonardo Boff, é padrinho da filha de Chico Buarque e do filho do deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT.


Esteve preso por duas vezes sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias; e entre 1969-1973. Após cumprir quatro anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo STF para 2 anos.


Sua experiência na prisão está relatada no livro Batismo de Sangue, traduzido na França e na Itália. O livro descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. O livro foi transposto para o cinema em filme homônimo, lançado em 2006 e dirigido por Helvecio Ratton.


Recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares. Assessorou vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.

SATED APROVA ATORES DO RIBEIRÃO EM CENA




Os atores Gabriel Oliver, Rafael Félix e Aidê Quirino foram aprovados nos exames do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Teatro do Estado. A banca examinadora formada pela atriz Ligia de Paula e Paulo Pompéia depois de analisar os currículos e entrevistar o grupo propôs improvisação de cenas individuais e coletivas.


Os três foram aprovados e estão credenciados pelo Sindicato para requerer registro de atores profissionais junto ao Ministério do Trabalho. Recentemente, o ator Gabriel Oliver participou dos espetáculos "João Curió em busca da sustentabilidade", "Ásperos", criação coletiva dirigida pelo professor Renato Ferreira e "A Maldição do Vale Negro", de Caio Fernando Abreu.


O ator Rafael Félix participou do "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, "Mimos", inspirado na obra de Guimarães Rosa e "Exercício nº1", baseado também na obra Guimarães Rosa com o Núcleo de Investigação Teatral.


Já a atriz Aidê Quirino está com o grupo Os Famosos, de Sertãozinho. Na 23ª Mostra de Sertãozinho, ela fez parte do elenco em "Circo Roliude". Na ONG Ribeirão Em Cena, Aidê participou dos espetáculos "Gato Malhado e Andorinha Sinhá", de Jorge Amado e "Édipo Rei".

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

RIBEIRÃO EM CENA RECEBE ESPETÁCULO PREMIADO E GRUPO DE ARARAQUARA NESTA QUINTA-FEIRA


A Mostra Permanente de Experimentações em Dança Contemporânea, projeto de incentivo a dança realizado pela ONG Ribeirão Em Cena, recebe três espetáculos nesta quinta-feira (14/08), a partir das 21h no Espaço Cultural SantelisaVale. O grupo de Araraquara Adversus, com direção de Sabrina Roço, apresenta o espetáculo “In-Sustentável”. Um misto de teatro e dança, quatro bailarinos trazem ao palco a complexidade da sociedade contemporânea frente aos novos meios de comunicação.


Premiado no XII Litoral Dance Festival, o Corpo de Baile da Rose Ballet School apresenta o espetáculo “Jama’at”, com direção e coreografia de Carlos Fonseca. Com fundamentação religiosa, o termo “Jama’at”, do árabe enclave, união, fala sobre a irmandade de pessoas com finalidade religiosas. Tomar o fundamentalismo como tema faz emergir o desejo de que as oposições radicais de fundo religioso sejam diluídas.


O projeto Dança Vida, do coreógrafo Edson Fernandes, encerra a noite com o espetáculo “Solto”. O trabalho busca um desprendimento de valores técnicos pré-estabelecidos, expondo uma narrativa simples onde os intérpretes constroem seu próprio ambiente com o interesse de criar um ponto de encontro para questionar a soltura quase ingênua do universo do palhaço, utilizando assim esse caminho como pretexto de comunicação e aproximação, retratando uma atmosfera poética e descontraída.


Mostra Permanente de Experimentações em Dança Contemporânea Inspirado no projeto “Quinta com Dança”, do Centro Dragão do Mar de Fortaleza-CE, a abertura da Mostra atraiu um público de 150 pessoas, que lotaram o Espaço Cultural SantelisaVale para assistir a Cia. DiTirambo, de Araraquara.


Na primeira quinta-feira de cada mês, o palco recebe companhias ou solos em coreografias com duração máxima de 30 minutos. Todas as apresentações serão seguidas por debates entre elenco e público. Para a realização da Mostra, foi criado um conselho gestor de qualidade, formado por profissionais com notória competência na área. Esse conselho é responsável pela seleção dos grupos interessados em participar.


Para se inscrever, os grupos devem enviar um vídeo com a coreografia a ser apresentada, currículo dos bailarinos e coreógrafo, além do histórico do espetáculo e das pesquisas desenvolvidas. Após a seleção, será criada uma agenda com data e horário das apresentações.


O edital para inscrições está disponível no site da ONG Ribeirão Em Cena: http://www.ribeiraoemcena.org.br/mostradanca.htm


Serviço:
Mostra de Experimentações em Dança Contemporânea
Data: 14/08 (quinta-feira), às 21h
Ingressos: R$10 e R$5
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Classificação livre

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Theatro Pedro II recebe a Cisne Negro Cia de Dança


Considerada uma das mais importantes companhias de Dança do país e recém chegada de uma tourné pela Europa, a Cisne Negro Cia. de Dança, dirigida por Hulda Bitencourt, apresenta dois espetáculos no dia 21 de agosto no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto.

Às 16 horas, a Cisne mostra “Vem Dançar”. Com coreografia de Danny Bitencourt, “Vem Dançar” é um dinâmico e divertido musical, didático, social, histórico e cultural, onde os bailarinos da Cisne Negro de Dança contam, cantando e dançando, a história da dança através dos tempos, tendo como mestre de cerimônias o Rei Sol, Luiz XIV.

Às 21 horas, a Cisne Negro volta ao palco para um espetáculo que reúne três coreografias: Fruto da Terra, Reflexo no Espelho e Forrolins.

Fruto da Terra foi criado pelo coreógrafo israelense Itzik Galili, um dos mais conceituados coreógrafos da atualidade, que tem sua própria companhia sediada na Holanda. A obra descreve de forma poética e simples a vida no campo, a comunicação e o relacionamento entre grupos de trabalhadores, que mesmo em meio a tensões e conflitos, vivem numa mágica harmonia. Com música de Mercedes Sosa, Fruto da Terra tem grande impacto visual e recursos cênicos inovadores, com tratamento do artista plástico Ascon Nijs.

Reflexo no Espelho é a mais nova coreografia de Patrick Delcroix e foi criada especialmente com nove dos bailarinos da companhia. A idéia do espetáculo veio ao longo do tempo, através de observações e sensações do artista. Aos 41 anos, Patrick Delcroix participou durante 15 anos do Nederlands Dans Theatre, de Jiri Kylian, uma das mais importantes companhias do mundo, primeiro como bailarino e depois como coreógrafo-residente. Em 2001, Patrick Delcroix foi nomeado pelo governo francês Cavalheiro das Artes e Letras por seu trabalho no mundo da dança.

Forrolins, coreografia criada por Dany Bittencourt, baseada nas obras dos músicos Cacá Malaquias e Heitor Villa-Lobos, é obra genuinamente nacional, com música brasileira, coreógrafa brasileira, retratando um trabalho repleto de alma e sonoridade brasileiras, resgatando a música brasileira tradicional do nordeste do Brasil. É um trabalho que retrata tradições musicais do povo brasileiro, suas origens, sua musicalidade, seu gingado, através da dança, a importância do nosso legado de diversidade musical.

Os ingressos já estão à venda com 50% de desconto até 10 de agosto na Rose Ballet School. Rua Garibaldi, 777 - Centro - Ribeirão Preto. Tel 3635-2777.

Serviço:
Cisne Negro Cia de Dança em Ribeirão Preto
Dia: 21 de agosto (sexta-feira)
16h - "Vem Dançar"
21h - "Fruto da Terra"
Local: Theatro Pedro II

Ingressos:
Espetáculo “Fruto da Terra”
Platéia / Frisa e Balcão Nobre – R$ 100,00
Balcão Simples – R$ 70,00
Galerias – R$ 40,00

Espetáculo “Vem Dançar”
Platéia / Frisa e Balcão Nobre – R$ 60,00
Balcão Simples – R$ 40,00
Galerias – R$ 20,00

Vendas: Rose Ballet School
R: Garibaldi, 777 - Centro - Ribeirão Preto/SP

sexta-feira, 17 de julho de 2009

“PLÍNIO MARCOS - UM ROTEIRO” RETORNA AO SANTELISAVALE

“PLÍNIO MARCOS - UM ROTEIRO” RETORNA AO SANTELISAVALE

A expressão “estômago” vem a retratar o homem de maneira visceral e levar o público a digerir assuntos polêmicos através do teatro.

A CEBRAT – Cia. do Estômago Brasileira de Teatro apresenta neste final de semana (18 e 19) o espetáculo “Plínio Marcos – Um Roteiro” no Espaço Cultural SantelisaVale. O texto traz a união de 10 textos deste grande dramaturgo brasileiro: “Balada de um Palhaço”, “Quando as Máquinas Param”, “Querô”, “Barrela”, “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, “Navalha na Carne”, “Homens de Papel”, “Jesus Homem”, “Abajur Lilás” e o conto “Neste Domingo me Confesso”.

Histórias de circos, dificuldades, estouros, frustrações, abusos e torturas. Textos escritos à algum tempo e infelizmente tão presentes nos dias de hoje. Segundos antes da apresentação existe um palhaço em busca da alma. É possível criar um filho nos dias de hoje? Uma mãe perante suas dores e arrependimentos... Dois palhaços e um par de sapatos. Prostituta também é gente? Você tem algum trauma? Quem quebrou o abajur?


Nesse espetáculo os atores colocam de maneira visceral a verdade dessas personagens, para identificação do público. Apresentando suas criações com purismo e credibilidade. Os esforços são muitos. Temos a missão de falar sobre as diferenças, e denunciar de forma artística momentos vividos por muitos seres humanos.


FICHA TÉCNICA
Elenco:
André Mendes (Animal, Bento e Giro)
Anne Pelucci (Gá)
Douglas Faria (Bobo Plin, Perdido1, Neusa Sueli e Osvaldo)
Fernanda Pacheco (Palhaça, Nina e Leninha)
Flávia Pacheco (Palhaça, Leda e Célia)
Leka Brandão (Vera Menelão, Madalena e Dilma)
Marcelo Moda (Cuspidor de fogo, Zé e Perdido2)

Vinicius Alcantarilla (Músico Palhaço)


Textos: Plínio Marcos
Adaptação : Giba Freitas e André Mendes
Direção: Giba Freitas
Direção Musical: Vinicius Alcantarilla
Contra-Regra e Bilheteria: Juliana Elpídio
Contra-Regra e Bilheteria: Alexandre Laguna
Maquiagem e Contra-Regra: Mahina Lucena
Figurinos: Cia. do Estômago
Cenário: Cia. do Estômago
Iluminação: Giba Freitas
Duração: 85 minutos


Serviço:
Dias: 18 (21h) e 19 (20h) de JULHO.
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Rua Lafaiete, 1084
Informações:3610-7770
Produção: 3013-3314 / 9725-7648
Ingressos: R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)

terça-feira, 14 de julho de 2009

SANTELISAVALE RECEBE ESPETÁCULOS INSPIRADOS NOS TEXTOS DE BRECHT E DARIO FO

O grupo Qorpo Santo apresenta dois espetáculos nesta quinta-feira, 16, no Espaço Cultural SantelisaVale. Inspirado no texto A História da Tigresa do dramaturgo italiano e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1997, Dario Fo, o ator Fábio Meuamôr interpreta um soldado ferido na guerra e abandonado pelos colegas no meio da floresta, é salvo por um tigre com quem passa a ter uma relação familiar.

A convivência com o tigre o faz enxergar a alma humana, reconhecendo fraquezas nas relações de poder. Ao se recuperar dos ferimentos, ele retorna ao campo de batalha, desta vez contra seus princípios renovados e a prepotência de um governo totalitarista que se configura como inimigo do próprio povo, alienando-o para lutar uma guerra em defesa de uma ideologia burguesa e mesquinha.

No segundo espetáculo da noite, o grupo volta a cena com o espetáculo “Qorpo Sem Alma”, baseado na peça “O Mendigo ou o Cão Morto”, de Bertolt Brecht. Um típico imperador coloca em exercício toda a soberba, mediocridade e prepotência que pode emergir do ego imperial de alguém que pensa ter “vencido” um inimigo, execrando como um nada um mendigo que encontra a sua porta no momento em que comemora a sua “vitória”.

Cabe então ao mendigo, acompanhado de seu cachorro morto, mostrar a este homem o quão medíocre ele é, desarmando-o com palavras e fazendo-o sucumbir pela própria soberba. Numa relação de amor e humildade, ele mostra a relação de interdependência que vivemos, podendo ter mais valia para um súdito, um cão morto de que seu imperador, vindo da guerra, traz consigo a vitória.

Serviço:
“Um Olhar Sobre a Tigresa” e “Qorpo Sem Alma”
Dia: 16 de julho (quinta-feira)
Horário: 21hLocal: Espaço Cultural SantelisaVale (R: Lafaiete, 1084 - Centro)
Ingressos: R$10 e R$5
Classificação: 14 anos
direção: Jefferson Zanchi Dario Fo

Dario Fo (Sangiano, 24 de Março de 1926) é um escritor, dramaturgo e comediante italiano; ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1997. Sua família era composta por seu pai Felice, socialista, mestre da estação e actor em uma companhia amadora do teatro; sua mãe Pina Rota, uma mulher da imaginação e talento (nos anos 1970, teve um livro autobiográfico publicado por Einaudi, contando a história de sua cidade natal); seu irmão Fúlvio; sua irmã Bianca e seu avô materno, que teve uma fazenda em Lomellina, onde Dario passou suas férias da infância.

Bertolt Brecht (também Bert Brecht), nome de nascimento Eugen Berthold Friedrich Brecht. (*Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — †Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.

sábado, 11 de julho de 2009

Final de semana com oficinas no Espaço Cultural SantelisaVale

A atriz Poliana Savegnago, do Grupo Engasga Gato, e a professora da ONG Ribeirão Em Cena e atriz Fabiana Fonseca, formada na Unicamp, ministram duas oficinas neste final de semana no Espaço Cultural SantelisaVale.

No sábado, a partir das 9h, Savegnago ministra o “Treinamento de Ator a partir dos elementos das Danças Brasileiras”. Formada em Artes Cênicas pela Faculdade Barão de Mauá, ela fez especialização em Cultura Popular pelo Instituto Brincante Antônio Nóbrega de São Paulo. Sempre teve a sua carreira ligada a dança e manifestações populares. Seu último espetáculo tem orientação de Raquel Scotti, atriz e pesquisadora do LUME (Núcleo de Investigação Teatral da Unicamp).

No domingo, a professora e atriz Fabiana Fonseca ministra oficina de expressão vocal, com o objetivo de criar um espaço de experimentação onde o corpo silencioso se transforma em espaço sonoro. Criação de atmosferas, carícias aos ouvidos com sons de diversos artistas que exploram criativamente a voz, e assim despertar nosso corpo-voz. Sobretudo, explorar a expressividade da nossa voz brincando e descobrindo o prazer de experimentar.

Fabiana é formada pela Unicamp, fez parte do Grupo Matula Teatro e trabalhou no projeto “Arte e Exclusão Social”, sob a orientação de Renato Ferracini (LUME), promovendo peças com/e sobre moradores de rua. Também atuou na Boa Companhia (grupo de teatro que atua a mais de 15 anos em Barão Geraldo - Campinas) onde é atriz convidada do espetáculo musical "A Dama e os Vagabundos".

Serviço:
“Treinamento de Ator a partir dos elementos das Danças Brasileiras”
Dia 11 de julho das 9 às 12:30h
Investimento: R$10
Participantes: 20 pessoas
com Poliana Savegnago

Expressão Vocal
Dia 12 de julho das 9 às 12h
Investimento: R$10
Participantes: 20 pessoas
com Fabiana Fonseca

terça-feira, 7 de julho de 2009

Luis Fernando Veríssimo é atração do teatro em Ribeirão Preto neste final de semana


Em dois espetáculos, grupo de Curitiba encena crônicas do jornalista e escritor gaúcho e texto do venezuelano Gustavo Ott no SantelisaVale


Considerado um dos mais importantes grupos de teatro do Paraná, o “Alameda Cia.Teatral” é o convidado do Ribeirão Em Cena para dois espetáculos no Espaço Cultural SantelisaVale.


Sexta-Feira (10/07) o grupo apresenta “Z.Y. Veríssimo!!! 200,9 MHz - A Voz da Felicidade No Ar”. O espetáculo é uma viagem pelo mundo de Luis Fernando Veríssimo, baseado em algumas de suas crônicas, ora bem conhecidas do grande público, ora verdadeiros achados, garimpados em sua vasta obra. O texto de Max Reinert enfatiza a fina ironia de Veríssimo em nuances cômicas para possibilitar uma visão crítica e inteligente do mundo, do cotidiano e dos homens.


Encenado a partir de um auditório de Rádio,quando a televisão ainda era uma grande novidade que pouquíssimos podiam usufruir, o veículo era a grande fonte de informação e diversão ao alcance de todos. Neste espetáculo publico e atores são transportados a estes velhos e bons tempos, onde era possível ouvir boa música, rádio novelas, programas de auditório, jornais, etc., pelas mãos de Amaro Amaral e sua equipe campeã de audiência, com muito humor, dinamismo e inteligência. O elenco é formado por Liz Santos, Nina Ribas, Bruno Girello e Cristóvão de Oliveira.


No sábado (11/07) o grupo curitibano volta ao palco para encenar “Fotomaton” do venezuelano Gustavo Ott. Em sua dramaturgia, Ott imprime elementos que convergem diretamente com aspectos estéticos e de linguagem como o nonsense, a frustração, o caos urbano e a violência velada. O monólogo traz à tona um conflito familiar e caótico, sob o ponto de vista de um homem expondo o quão a instituição família está falida.


No palco o personagem Fernando conta ao público sua própria história, representando cada um dos integrantes de sua família, num jogo em que está, o tempo todo, dentro e fora do personagem. Fernando, que é chamado de “Fotomaton” por uma namorada, afirma que é, ele mesmo, o cadáver que repousa na maca da sala de autópsias e que morreu durante uma partida do time de futebol em que joga: o pior time do mundo. E, enquanto o legista forense não chega, começa a descrever cada um de sua família peculiar. Uma autópsia em que se apresentam vítimas da indiferença e da insensibilidade social. Um ator que representa sete seres repulsivos: um jogador de futebol medíocre que vive glórias ausentes, um homossexual rancoroso pelo rechaço de que é vítima, uma consumidora compulsiva e racista, um anarquista equivocado, uma mãe ninfomaníaca e egocêntrica que coleciona amantes como troféus humanos, um comunista covarde que não lutou contra a ditadura mas correu para o exílio, um médico de profissionalismo duvidoso.


Fotomaton é um texto, inédito no Brasil, agraciado com o Prêmio Municipal de Teatro (1997) e Prêmio Casa Del Artista (1999) e, em 2002, foi eleito para participar do Programa de Dramaturgia de “La Mousson D’Ete en Francia” e de “La Mousson a Paris” na Commedie Française, dirigido por Michael Didym.


Serviço:

Sexta Feira (10/07): ZY. Veríssimo!!! 200,9MHz. A Voz da Felicidade No Ar
Horário: 21h
Ingressos: R$20 e R$10 (estudantes, professores, classe teatral, terceira idade)

Sábado (11/07): Fotomatom
Horário: 21h
Ingressos: R$20 e R$10 (estudantes, professores, classe teatral, terceira idade)
Pacote para os dois espetáculos com 50% de desconto para inteira antecipadaEspaço Cultural SantelisaVale (Rua Lafaiete,1054) – Centro


Reservas (16) 3610-7770

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O adeus de Pina Bausch

Foto: Gonçalo Santos
As artes cênicas perdem a revolucionária inventora da dança-teatro, que morreu ontem de câncer, aos 68 anos, na Alemanha

Morreu ontem pela manhã aos 68 anos a coreógrafa alemã Pina Bausch, a artista que dissolveu os limites entre teatro e dança, sem dúvida uma das mais importantes e influentes personalidades da artes cênicas no século 20. Pina, que faria 69 anos no dia 27, morreu no hospital "de forma rápida e inesperada apenas cinco dias após ter recebido o diagnóstico de câncer", informou Ursula Popp, a porta-voz do Tanztheater Wuppertal.

A companhia, fundada por Pina Bausch em 1973, cujo raio de influência atingiu dançarinos do mundo inteiro, estava em apresentação na Polônia e viria ao Brasil em setembro com dois programas: Café Müller, obra para seis bailarinos, considerada marco na carreira da coreógrafa e da qual ela ainda participava, eventualmente, como bailarina; e A Sagração da Primavera, criada para 42 bailarinos. Os dois espetáculos integram a programação de segundo semestre da Temporada de Dança do Teatro Alfa, e as apresentações devem ser mantidas, apesar da perda da criadora e mestra Pina Bausch.

Pina nasceu em Solingen, na Alemanha, em 27 de julho de 1940. Estudou na mais importante escola moderna de seu país, a Folkwang, em Essen, dirigida por Kurt Jooss, onde recebeu e transformou a herança dos mestres do expressionismo como Laban. Estudou também na conceituada escola de dança norte-americana Juilliard. Logo alçou voo autoral. Um de seus méritos, apontam especialistas, foi recuperar o pensamento do coreógrafo Jean-Jacques Noverre (1727 -1810) cujo trabalho recebeu o nome de balé de ação.

A retomada da arte de Noverre, por ela aprimorada ao longo dos anos, levou à implosão da fronteira entre dança e teatro. Fenômeno estético que os brasileiros puderam conferir com seus próprios olhos no palco do mesmo Teatro Alfa, em 2007, quando Pina Bausch e seus bailarinos (entre eles, duas brasileiras, Regina Advento e Ruth Amarante), apresentaram o balé Água, que tinha o Brasil como fonte de inspiração.

Num dos números, uma bailarina entrava solitária no palco com um travesseiro na mão e se acomodava para dormir. A atmosfera era bucólica, um bangalô em meio à natureza no qual se ouviam grilos e aves noturnas. Ocorre que os sons pouco a pouco aumentavam de volume e se diversificavam num coral altissonante, não deixando a moça dormir. Entre risos, o espectador se dava conta que compreenderia seu desejo de cortar todas as árvores. Humor, sinal de inteligência, estava entre as qualidades dessa artista que revolucionou a dança.

Pina Bausch veio ao Brasil pela terceira vez em 1997 para apresentar pela primeira vez no País uma ópera, Ifigênia em Tauris, de Gluck, e a coreografia Cravos, ambas no Teatro Municipal do Rio. O impacto visual da segunda - o palco era inundado por 8 mil cravos vermelhos - foi tão intenso que, ao contrário das visitas anteriores, desta vez sua obra agradou ao grande público. Essa coreografia inaugurou uma parceria jamais desfeita, entre Pina Bausch, Marion Cito nos figurinos e Peter Pabst nos cenários. E mais. Nessa ocasião a coreógrafa conheceu o brasileiro Caetano Veloso, a quem convidou para participar da festa de comemoração, na Alemanha, dos 25 anos da Tanztheater Wuppertal, em 1998.

Na programação de aniversário, estavam sete peças: Ifigênia em Tauris (1974), Café Müller (1974), Arien (1979), Viktor (1986), Palermo, Palermo (1989), Nur Du (1996), coreografia que consagrou mundialmente a dançarina brasileira Regina Advento, e Der Fenstputzer (1997). Caetano participou com dois concertos. Em comum com o cantor e compositor brasileiro, Pina Bausch tem a participação num filme de Pedro Almodóvar, Fale com Ela.

Café Müller é uma das primeiras e mais importantes peças de Pina. Ela tem apenas 30 minutos, seus espetáculos sempre duram no mínimo duas horas, e é representada apenas por seis bailarinos, outra característica rara. Infelizmente, não terá mais a participação da coreógrafa. Ainda assim, os brasileiros poderão assistir à essa peça em setembro, apenas um mês antes do aniversário de 36 anos da Tanztheater Wuppertal. Pina foi casada com o cenógrafo holandês Rolf Borzik, morto em 1980, e atualmente com o chileno Ronald Kay.
Colaboração: professora Fabiana Fonseca

terça-feira, 30 de junho de 2009

QUINTA-FEIRA COM EXPERIMENTAÇÕES EM DANÇA CONTEMPORÃNEA NO SANTELISAVALE




A Mostra Permanente de Experimentações em Dança Contemporânea, projeto de incentivo a dança realizado pela ONG Ribeirão Em Cena, recebe nesta quinta-feira (02/07) três espetáculos. “Coração Terra que ninguém vê”, do coreógrafo Carlos Fonseca, e os solos “Vagamundo”, com a bailarina Denise Matta e “Das Imagens”, do bailarino Edson Fernandes, no Espaço Cultural SantelisaVale.


Inspirada na obra de Cora Coralina, o trio da Rose Ballet School formado pelas bailarinas Márcia Delmondes, Thais Rocha e Carol Beatriz ficou em primeiro lugar no XII Litoral Dance Festival, em São Sebastião. A coreografia é resultado de uma pesquisa acerca do universo feminino, que trabalha com a delicadeza e singeleza dos movimentos.


A professora e bailarina da “Faces Ocultas Cia de Dança de Salto” Denise Matta apresenta o solo Vagamundo. A coreografia debate os sentimentos das pessoas, a busca pela liberdade, a imposição da mídia, a fome de revolta e a fome a nossa volta.


Na apresentação solo de Edson Fernandes, a coreografia aborda um questionamento sobre as imagens criadas em nossas memórias e que prevalecem em nossos corações. Imagens que valem muitas palavras, mas que algumas vezes nunca foram ditas.


Mostra Permanente de Experimentações em Dança Contemporânea Inspirado no projeto “Quinta com Dança”, do Centro Dragão do Mar de Fortaleza-CE, a abertura da Mostra atraiu um público de 150 pessoas, que lotaram o Espaço Cultural SantelisaVale para assistir a Cia. DiTirambo, de Araraquara.


Na primeira quinta-feira de cada mês, o palco recebe companhias ou solos em coreografias com duração máxima de 30 minutos. Todas as apresentações serão seguidas por debates entre elenco e público. Para a realização da Mostra, foi criado um conselho gestor de qualidade, formado por profissionais com notória competência na área. Esse conselho é responsável pela seleção dos grupos interessados em participar. Para se inscrever, os grupos devem enviar um vídeo com a coreografia a ser apresentada, currículo dos bailarinos e coreógrafo, além do histórico do espetáculo e das pesquisas desenvolvidas. Após a seleção, será criada uma agenda com data e horário das apresentações.


O edital para inscrições está disponível no site da ONG Ribeirão Em Cena: http://www.ribeiraoemcena.org.br/mostradanca.htm


Serviço:

Mostra de Experimentações em Dança Contemporânea
Data: 02/07 (quinta-feira), às 21h
Ingressos: R$10 e R$5
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Classificação livre “Coração Terra que ninguém vê”
Coreógrafo: Carlos Fonseca
Intérpretes: Márcia Delmondes, Thais Rocha e Denise Matta

“Vagamundo”
Coreógrafa e intérprete: Denise Matta
Colaboração artística: Bruno Gregório, Edson Fernandes, Júnior Guimarães e Marta Menta
Poemas e Músicas: Roni Reis e Banda Licença Poética

“Das Imagens”
Coreógrafo e intérprete: Edson Fernandes
Direção: Fernanda Monteiro
Música: Peace Piece
Compositor: Bil Evans

AULAS ABERTAS NO RIBEIRÃO EM CENA ENCERRAM SEMESTRE DE OFICINAS CÊNICAS




Os bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena apresentam nesta semana, entre os dias 29/06 e 02/07, aulas abertas ao público com o conteúdo trabalhado durante os seis primeiros meses do Curso de Iniciação ao Teatro de 2009.

Os grupos da manhã, tarde e noite vão se revezar nos palcos do Espaço Cênico Débora Duboc e do Espaço Cultural SantelisaVale (confira programação abaixo), juntamente com os professores de canto, interpretação, técnica vocal, cenografia, dança, coral e expressão corporal.

Ao final das apresentações, o público poderá conversar com os atores sobre o processo de criação e montagem durante o curso, e discutir sobre o conteúdo aplicado ao teatro. No segundo semestre, os bolsistas montam uma peça a ser apresentada na Mostra Ribeirão Em Cena de Teatro.


Programação:
29/06


- 09h (SantelisaVale) apresentação de expressão corporal com Renato Ferreira – turma manhã – trabalho inspirado no texto de Luiz Gonzaga, “Guerreiro Menino”;
- 16h (Débora Duboc) apresentações de cenas trabalhadas com os professores Júlio Avanci e Gracyela Gitirana – turma tarde – a partir de notícias de jornais, atores montaram cenas do nosso cotidiano;
- 19h30 (Espaço Cultural SantelisaVale) apresentação da atividade de expressão corporal baseada no texto Água Viva, de Clarice Lispector, com direção do professor Renato Ferreira;
- 21h (Débora Duboc) atividade de técnica vocal com a professora Fabiana Fonseca – turma noite;

30/06
- 10h (Débora Duboc) apresentações das cenas com os professores Júlio Avanci e Gracyela Gitirana – turma manhã – a partir de notícias de jornais, atores montaram cenas do nosso cotidiano;
- 14h (SantelisaVale) apresentação da atividade de expressão corporal inspirado no texto Deus Negro, de Neimar de Barros, com direção do professor Renato Ferreira;
- 16h (Débora Duboc) atividade de técnica vocal com a professora Fabiana Fonseca – turma tarde;
- 19h30 (SantelisaVale) Aulão de canto coral com todas as turmas do professor Diego Nóbrega. Exibição do filme Chorus Line, drama musical que acompanha as experiências de esforço, lágrimas e alegrias vividas pelos participantes de um disputado processo de seleção para um musical da Broadway. Com Michael Douglas no papel principal, o filme recebeu duas nomeações para o Oscar® para Melhor Canção Original e Melhor Montagem (1985).

01/07
- 21h (SantelisaVale) apresentação das cenas com os professores Júlio Avanci e Gracyela Gitirana – turma noite – a partir de notícias de jornais, atores montaram cenas do nosso cotidiano;

02/07
- 8h30 – Aulão de dança com a professor Márcia Delmondes, que recentemente ganhou o prêmio de melhor intérprete do Litoral Dance Festival, realizado em São Sebastião do Paraíso – turma manhã;
- 14h – Aulão de dança com a professor Márcia Delmondes, que recentemente ganhou o prêmio de melhor intérprete do Litoral Dance Festival, realizado em São Sebastião do Paraíso – turma manhã;
- 19h30 – Sarau de encerramento com a professora Fabiana Fonseca no Espaço Cênico Débora Duboc;

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Fotos do Aulão

Os bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena participaram de uma série de atividades no último sábado (21), que contou com a participação dos professores José Maurício Cagno, Gracyela Gitirana, Júlio Avanci, Fabiana Fonseca, Renato Ferreira, Márcia Delmondes e Diego Nóbrega. Confira as fotos em nosso álbum!


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ex-aluna do Ribeirão Em Cena vive um dos papéis principais no Teatro Popular do Sesi

foto: Lenise Pinheiro/UOL


A atriz ribeirãopretana Carolina Capacle, que iniciou a carreira nas oficinas da ONG Ribeirão Em Cena, vive um dos principais papéis em “O Colecionador de Crepúsculos”, em cartaz no Teatro Popular do Sesi - São Paulo. No espetáculo dirigido por Vladimir Capella (Prêmio Molière, Prêmio APCA, Prêmio Mambembe, Prêmio Governador do Estado e Prêmio Apetesp – Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo), Carolina Capacle divide o palco com atores renomados do teatro brasileiro como Selma Egrei, Luiz Damaceno, Guilherme Sant´Anna e elenco, que reúne mais 20 atores.

“O Colecionador de Crepúsculos” é destinada ao público jovem é baseada nos contos de Luís da Câmara Cascudo, considerado um dos homens mais importantes do século para a cultura popular brasileira e revela as raízes do Brasil para as crianças e adolescentes por meio de lendas e histórias de seu povo. Religião, crenças, costumes, mitos, tradições e aspectos característicos da gente brasileira são mostrados por meio de contos recolhidos do famoso historiador, folclorista, antropólogo, advogado, jornalista e autor de mais de 150 livros. História e memória, amor e separação, solidão e velhice, vida e morte e o papel da arte são alguns dos temas discutidos na peça. Capella levou em conta um dos passatempos preferidos do autor potiguar, apreciar o entardecer, para intitular o espetáculo “O Colecionador de Crepúsculos”, que reproduz alguns contos: O Compadre da Morte, A Velha Amorosa, O Marido da Mãe D´Água, A Menina Enterrada Viva e A Formiguinha e a Neve.

Para fazer parte do grupo de Capella, a atriz passou por uma seleção de currículos e outras duas entrevistas, uma delas, bastante difícil. “Eles procuravam atores e atrizes que soubessem cantar ou tocar algum instrumento. Participei de um coral durante cinco anos em Ribeirão Preto e acho que gostaram do meu trabalho”, disse Capacle.

“Abriu a minha janela para o mundo”
Aos 16 anos, a então estudante Carolina Capacle pouco conhecia sobre teatro até entrar no Ribeirão Em Cena. “Comecei a estudar teatro, fui apresentada aos livros de Stanislavski e me apaixonei por Nelson Rodrigues, que amo até hoje. Sem o Ribeirão Em Cena, não sei dizer onde eu estaria hoje. A ONG abriu a minha janela para o mundo”, afirmou Capacle.

A atriz integrou a primeira turma do Ribeirão Em Cena e, dirigida por Gilson Filho, deu vida a Glorinha, papel principal de “O Óbvio Ululante” (adaptação de Perdo-a-me Por Me Traíres, de Nelson Rodrigues), espetáculo que permaneceu em cartaz durante seis meses no Espaço Cultural SantelisaVale.

Foi também interpretando “Glorinha” que Carlolina Capacle foi aprovada no vestibular para a Faculdade de Artes Cênicas da Unicamp, onde a atriz formou-se em 2006. “Antes de entrar no Ribeirão Em Cena eu nem sabia que existia uma faculdade de Artes Cênicas”, disse.

São Paulo
A ONG Ribeirão Em Cena está organizando uma viagem a São Paulo para assistir ao espetáculo “O Colecionador de Crepúsculos”. Os interessados devem entrar em contato com pelo telefone 3610-7770. A peça está em cartaz aos sábados e domingos (de 25/04 à 05/07), às 16h, no Teatro Sesi (Av. Paulista). A entrada é gratuita. Mais informações: http://www.sesisp.org.br/home/2006/centrocultural/Prog_teatro_Crepusculo.asp

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ESPETÁCULO DE GUARNIERI RETORNA AO TEATRO MUNICIPAL NESTA TERÇA-FEIRA



A Cia. Nuvem da Noite retorna ao Teatro Municipal de Ribeirão Preto no próximo dia 16 de junho, às 20h30, com o espetáculo “Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri. A apresentação, aberta ao público, faz parte das comemorações dos 153 anos da cidade.

A peça gira em torno de um grupo de teatro em processo de trabalho e que enfrentam dificuldades dentro e fora dos palcos. Nesta situação, o espectador assiste a montagem de um espetáculo e como funciona o processo de criação do ator quando a mística do teatro é desnudada.

Para aumentar a tensão, credores intervêm a todo o momento retirando equipamentos e serviços prestados a companhia. Quando despojados de tudo, resta ao grupo de artistas somente um uníssono grito final, símbolo da luta, mas também da sobrevivência frente à opressão reinante.

Em cartaz desde 2007, a montagem com a Cia. Nuvem da Noite e direção de Gilson Filho é sucesso de público e crítica. Em 2009, o elenco, formado por Camila Deleigo, Joubert de Oliveira, Matheus Guerardi, Nane Silva, Neusa Maria de Souza e Roberto Edson, participou do Festival Internacional de Curitiba (FRINGE) e da 23ª Mostra de Teatro de Sertãozinho, além de apresentações no Espaço Cultural SantelisaVale e no próprio Municipal.

Os ingressos podem ser retirados no Espaço Cultural SantelisaVale (Rua Lafaiete, 1084 – Centro). Para mais informações, o telefone é 3610-7770.

terça-feira, 9 de junho de 2009

“Privatização de 67 mi de hectares da Amazônia equivale ao patrimônio de quase quatro Bancos do Brasil”, alerta Marina Silva


A senadora Marina Silva (PT-AC) viveu na semana passada um dos momentos mais tristes da vida dela, quando o plenário do Senado aprovou a Medida Provisória 458 sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União. Ferida, a ex-ministra do Meio Ambiente se entocou no Acre, conforme afirmou, para lamber as feridas e reforçar uma campanha para que o presidente Lula vete artigos da MP que permitem a utilização indevida de terras públicas.

- Quando se fere uma jaguatirica, ela entra na sua toca para lamber as feridas. É o que fiz vindo para o Acre no Dia Internacional do Meio Ambiente - afirma a senadora em entrevista exclusiva ao Blog da Amazônia.

Ela não escondeu uma certa mágoa quando numa recente vigília no Senado em defesa da Amazônia, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) olhou para ela da tribuna e anunciou que o presidente Lula havia pedido para ajudá-lo a resolver o problema da regularização fundiária no Brasil.

- Já que eu não pude ajudá-lo nesse processo, quero pedir humildemente para que ele me ajude vetando os artigos que é possível vetar - apela resignada.

De acordo com Marina Silva, considerando-se apenas o valor da terra nua, os 67 milhões de hectares que serão privatizados equivalem a R$ 70 bilhões. Mini e pequenos produtores, com até 400 hectares, são 81,1 % do total de posseiros, que ficarão com 7,8 milhões de hectares e receberão patrimônio público no valor de R$ 8 bilhões.

Ainda de acordo com a ex-ministra do Meio Ambiente, médios produtores, com áreas de 400 a 1,5 mil hectares, são 12% do total, que ficarão com 8 milhões de hectares e receberão um patrimônio público no valor de R$ 8 bilhões. Os grandes produtores, com áreas acima de 1,5 mil hectares, são 6,9% do total e ficarão com 49 milhões de hectares, sendo premiados com um patrimônio público avaliado em R$ 54 bilhões.

- O patrimônio do Banco do Brasil é de R$ 18,4 bilhões. A privatização de 67 milhões de hectares da Amazônia equivale a distribuir o patrimônio público correspondente a quase quatro Bancos do Brasil. Esses 67 milhões de hectares correspondem às áreas da França e da Itália ou à área territorial dos estados de Minas Gerais e Santa Catarina juntos. Corresponde, ainda, à área de quatro estados do tamanho do Acre. O grave é que se pensou a vistoria dessa imensa área baseada apenas no critério de auto-declaração, isto é, qualquer um pode dizer: “Esta posse é minha e eu tenho direito sobre ela”.

Marina Silva disse que o presidente Lula viverá mais que um dilema nesta semana, quando esgota o prazo para sancionar ou vetar a MP 458: terá a oportunidade histórica de reparar um erro grave, ainda que seja um reparo parcial.

Leia os principais trechos da entrevista:
Blog da Amazônia - Por que preferiu o Acre no Dia Internacional do Meio Ambiente?
Marina Silva - Foi uma escolha muito acertada, para acompanhar a criação da estrutura do ICMS Verde pelo governador Binho Marques. É uma iniciativa que combina os aspectos sociais e ambientais quando estabelece foco em saúde e educação. É apenas crescimento e não desenvolvimento qualquer iniciativa que não signifique melhoria da saúde e da educação. Quando o Acre estabelece que os prefeitos a serem beneficiados terão que fazer os processos de certificação, que está no âmbito dos programas de valorização dos ativos ambientais, isto é muito bom.

A senhora se controlou várias vezes para não chorar, mas não escondeu a insatisfação com os rumos da política ambiental brasileira.
Ando insatisfeita com fatos como o que foi constatado em Santa Catarina, que fez um Código Florestal inconstitucional no Estado que mais destruiu Mata Atlântica, que teve mais catástrofes ambientais e agora serve de modelo para desconstituir o Código Florestal Brasileiro. No Acre, o que está sendo feito é um arranjo responsável.

A senhora é mesmo uma jaguatirica, conforme se declarou?
Quando se fere uma jaguatirica, ela entra na sua toca para lamber as feridas. É o que fiz vindo para o Acre no Dia Internacional do Meio Ambiente. Eu tive três momentos muito tristes na minha vida. Um foi quando, aos 14 anos de idade, perdi duas irmãs num intervalo de 15 dias, perdi meu tio, que era o melhor mateiro do seringal Bagaço. Ele era um xamã. Foi criado pelos índios do Madeira, em Rondônia, desde os 12 anos de idade, até os 30 anos de idade, quando um dia ele apareceu na casa do meu pai. Ele nunca se casou. Ele era mesmo o melhor mateiro do seringal Bagaço. Podia soltar ele em qualquer lugar da floresta que ele voltava pra casa. E meu tio dizia que eu era a sua herdeira. E eu tinha muito medo de ser herdeira dele porque ele fazia um ritual de ficar, a cada sete anos, 40 dias isolado na mata, sem nada. E quando ele voltava para casa estava muito magro e as pessoas diziam que ele se tornava invisível no mato. Eu tinha muito medo dessa herança e pedia pra Deus: “Meu Deus, eu não quero ser herdeira do tio Pedro Mendes”. Eu era pequenininha quando ele veio com esse papo para mim e eu pensava: “A onça vai me comer, não tenho como ficar 40 dias dormindo sozinha, sem nada, dentro da mata a cada sete anos”. Ele morreu 15 dias antes de minha mãe morrer, que morreu seis meses depois de minhas irmãs. Esses foram os momentos mais tristes de minha vida. Depois veio o assassinato de Chico Mendes. Foi um momento muito triste também. O terceiro momento mais triste foi quando aprovaram a Medida Provisória 458. Quando subi naquela tribuna, fiz um esforço muito grande pra não chorar. Deus me ajudou e eu consegui.

Por quê?
Porque eu vi esforço de tantos anos e comecei a pensar no que significou o nosso presidente Lula ter sido enquadrado na Lei de Segurança Nacional por causa do assassinato, no Acre, do Wilson Pinheiro, que presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. Porque eu fiquei pensando no que significou as lágrimas do presidente Lula no enterro de Chico Mendes, misturadas com a forte chuva que caía naquele dia em Xapuri. Porque fiquei pensando no assassinato do padre Josimo, de irmã Dorothy Stang. Porque fiquei pensando o que significa a luta de abnegados procuradores da República, juízes que a todo o tempo eu recebo informações de que não podem ficar sequer na varanda de suas casas porque estão ameaçados de morte. Porque pensei no significado das lutas das lideranças rurais, de sindicalistas, diante do que foi aprovado pelo plenário do Senado. O projeto de regularização fundiária, como disse o ex-governador acreano Jorge Viana, já é um problema em si, mas a forma como ele foi encaminhado para o Congresso Nacional era bem mais problemática. Se fosse para resolver o problema dos pequenos, como está sendo dito, bastava que se fizesse um corte de quatro módulos fiscais ou 400 hectares, o que corresponde a 88% das propriedades e ocuparia uma área de 67 milhões de hectares de apenas 11,5%. Com a ampliação, até 1,5 mil hectares, nós vamos fazer uma anomalia: os 88% de pequenos produtores ficarão com 11% desses 67 milhões de hectares.

A senhora pode explicar melhor esses números?
Considerando apenas o valor da terra nua, esses 67 milhões de hectares valem cerca de R$ 70 bilhões. Mini e pequenos produtores, com até 400 hectares, são 81,1 % do total de posseiros. Ele ficarão com 7,8 milhões de hectares. Receberão patrimônio público no valor de R$ 8 bilhões. Os médios produtores, com áreas de 400 a 1,5 mil hectares, são 12% do total. Eles ficarão com 8 milhões de hectares e receberão um patrimônio público no valor de R$ 8 bilhões. Os grandes produtores, com áreas acima de 1,5 mil hectares, são 6,9% do total e ficarão com 49 milhões de hectares, sendo premiados com um patrimônio público avaliado em R$ 54 bilhões.
A senhora chegou a comparar isso ao patrimônio do Banco do Brasil.O patrimônio do Banco do Brasil é de R$ 18,4 bilhões. A privatização de 67 milhões de hectares da Amazônia equivale a distribuir o patrimônio público correspondente a quase quatro Bancos do Brasil. Esses 67 milhões de hectares correspondem às áreas da França e da Itália ou à área territorial dos estados de Minas Gerais e Santa Catarina juntos. Corresponde, ainda, à área de quatro estados do tamanho do Acre. O grave é que se pensou a vistoria dessa imensa área baseada apenas no critério de auto-declaração, isto é, qualquer um pode dizer: “Esta posse é minha e eu tenho direito sobre ela”. Mas para caracterizar uma posse mansa e pacífica, os critérios estão na Constituição e no Estatuto da Terra. Apresentei uma emenda para corrigir, para fazer o recorte até quatro módulos fiscais. O relator nem considerou. Apresentei uma outra emenda, para que não fosse dispensada a vistoria. Também não foi considerada. Apresentei a proposta que se criasse um conselho de acompanhamento. Pelo menos essa foi acolhida, mas na verdade eram oito as emendas que apresentei.

E como tudo isso aconteceu? Como o presidente Lula se comportou durante todo esse processo?
Os motivos dele não têm nada a ver com o que de fato aconteceu. Eu acredito que ele se mobilizou pelas coisas boas, que seria basicamente resolver o problema fundiário. Aliás, isso já estava no Plano de Combate ao Desmatamento, dentro do eixo Ordenamento Territorial e Fundiário. E nós dizíamos: para fazer a regularização fundiária tem que fazer o zoneamento ecológico-econômico. O Acre fez, Rondônia fez, o Pará está fazendo e o Mato Grosso está fazendo há 20 anos e eu não sei porque que não é aprovado pela Assembléia Legislativa. Mas o que está se fazendo com a Medida Provisória é nivelar a todos por baixo. É por isso que fico pensando, com todo respeito, nesses meninos do Ministério Público, pois são todos muito jovens. Penso em todos aqueles que um dia acreditaram que um dia poderia ser possível fazer diferente. Ao invés de passar no teste, a gente altera o teste. O teste era fazer na forma correta. No dia daquela vigília no Senado em defesa da Amazônia, a senadora Kátia Abreu disse, olhando para mim, que o presidente Lula havia pedido a ela que o ajudasse a resolver o problema da regularização fundiária no Brasil. Já que eu não pude ajudá-lo nesse processo, quero pedir humildemente para que ele me ajude vetando os artigos que é possível vetar.

Por que não é possível vetar tudo?
Algumas coisas eles fizeram de uma forma muito inteligente, o deputado Asdrúbal Bentes, que cuidou da questão fundiária desde a época da ditadura militar no Estado do Pará. O projeto original dizia que a pessoa só poderia vender a terra depois de 10 anos, fossem grandes ou pequenos produtores. Ele mudou: estabeleceu que os pequenos podem vender só depois de 10 anos, mas os grandes podem vender após três anos. Os que ficarão com a maior quantidade de terra, os que usaram de mais violência -não estou falando dos corretos- poderão vender as terras após três anos. Esse artigo está numa parte da lei que não pode ser vetado. Quem puder, envie e-mail ao presidente Lula. Peça com carinho e respeito, como eu pedi na carta que enviei: “Companheiro Lula, vete a Medida Provisória 458″. É assim que cada um tem que fazer. As coisas têm que ser feitas com amor. Todo o discurso que tem sido feito é em nome dos pequenos, mas quem vai se beneficiar mesmo são os grandes, aqueles com áreas acima de 1,5 mil hectares, que ficarão com 8 milhões de hectares e que receberão um patrimônio público equivalente a R$ 54 bilhões, que corresponde a quase quatro vezes o patrimônio do Banco do Brasil. O procurador federal no Para, doutor Felício Pontes, disse: “A MP 458 vai legitimar a grilagem de terras na Amazônia e vai jogar por terra 15 anos de intenso trabalho do Ministério Público Federal no estado do Pará, n combate à grilagem de terras”. A situação na Amazônia é assustadora. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, de 1999 a 2008, foram mais de 5 mil conflitos envolvendo 2,7 milhões de pessoas; 253 assassinatos; 256 tentativas de assassinatos. Foram 1.377 pessoas ameaçadas de morte, a maioria lideranças rurais.

A senhora costuma dizer ao seu amigo Carlos Minc que deixou para ele uma boa marmita. Qual é o sabor dela hoje?
O sabor dela hoje é amargo por causa da Medida Provisória. No meu entendimento, deveria ter sido um projeto de lei e não uma Medida Provisória, para que a sociedade brasileira pudesse debater mais sobre algo tão importante. Mas existem outras tentativas tão amargas quanto essa. Daqui há alguns anos as pessoas vão começar a ver o impacto de tudo isso no país, particularmente na Amazônia. O que aconteceu é que os ministérios das Minas e Energia, Transportes e Agricultura estão se sobrepondo ao Ministério do Meio Ambiente. E agora existem alguns setores que querem fazer uma campanha de desqualificação do ministro Carlos Minc.

A pressão contra a gestão dele é mais firme do que foi contra a sua gestão?
Contra a minha gestão foi muito grave porque o que estava sendo feito era algo muito potente, como colocar 700 pessoas na cadeia.

Como a senhora explica, do ponto de vista político, o retrocesso?
Primeiro, houve um esforço muito grande para implementação da legislação. Barrar processos abertos, que estavam em curso há décadas, criou a expectativa de que isso fosse apenas fogo de palha. Não é à toa que durante cinco anos criou-se 4 milhões de hectares na frente de expansão predatória. Eliminamos verdadeiras redes de fraude. Existia, por exemplo, uma gráfica no estado de Goiás, que imprimia ATPF falsa com a mesma qualidade da que era impressa na Casa da Moeda. Todos esses esquemas criminosos foram desmontados e ainda se criou um sistema de monitoramento por satélite em tempo real. A cada 15 dias se tem uma fotografia da Amazônia inteira. A partir disso, a fiscalização vai a campo conferir o que está acontecendo. A partir disso, começou a surgir uma pressão muito grande para parar contra essas investidas.
Mas como se explica que o PT e o governo tenham permitido um retrocesso tão radical?Contei com a solidariedade e o esforço da bancada. Eu diria que há, neste momento, uma força avassaladora de setores atrasados do agronegócio. Se nós não tivermos uma forte mobilização da opinião pública, esses setores vão avançar cada vez mais, passando por cima das conquistas da sociedade. Neste momento, existem cerca de 32 iniciativas de decreto legislativo que tentam revogar a defesa do meio ambiente e de reservas indígenas. Em lugar das pessoas trabalharem para recuperar a reserva legal elas estão querendo mudar o Código Florestal Brasileiro para diminuir a reserva legal. É um movimento que tenta desconstruir os avanços.

A senhora não teme que possa ter melindrado politicamente o presidente Lula ao ter enviado uma carta aberta?
Com isso ele pode decidir não atender ao pedido de vetos à Medida Provisória.Eu não tenho esse receio por causa da história que o presidente Lula tem. Ele não vai se ater a uma coisa mesquinha como essa. Ele vai avaliar o mérito e tentar reparar em parte o grande mal que é essa Medida Provisória. Eu espero, sinceramente, fazendo esse apelo ao homem público que ele é, à memória daqueles com os quais ele lutou junto, à contribuição que ele pode dar à história, que ele promova esse veto. É um apelo da bancada, do Partido dos Trabalhadores, e da maioria dos brasileiros. Ninguém pode se conformar em repassar um patrimônio público de R$ 70 bilhões àqueles que se apropriaram de terras públicas e daqui a três anos vão poder vender essas terras. Que pelos menos as pessoas jurídicas e as que têm prepostos não possam regularizar essas terras porque isto está na contramão da função social da terra.

Faltou empenho do Planalto para aprovar as mudanças que a senhora julga necessárias à Medida Provisória?
A política é a arte de tentar convencer. No plenário do Senado um grupo de senadores se esforçou e tivemos entendimento de um grupo de 20 senadores que queria aprovar as emendas. No meu entendimento, faltou esforço por parte do governo para tentar resolver o problema ali e não transferi-lo para o presidente. Agora está nas mãos do presidente Lula e com certeza ele vai olhar com muita responsabilidade.

O presidente está vivendo um dilema?
É mais que um dilema. É uma oportunidade histórica que tem para reparar um erro grave, ainda que seja um reparo parcial.

A senhora pretende procurar o presidente Lula para tentar convencê-lo pessoalmente?
Já fui até ao presidente Lula por meio da carta que enviei. Caso ele me convide, irei conversar, mas também, se for necessário, ainda posso tomar a iniciativa de procurá-lo pessoalmente.

Fonte: http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2009/06/08/privatizacao-de-67-mi-de-hectares-da-amazonia-equivale-ao-patrimonio-de-quase-quatro-bancos-do-brasil-alerta-marina-silva/