segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ribeirão em Cena na Feira do Livro

Bolsistas do Ribeirão em Cena se concentram na Feira do Livro
Era para ser um manifesto, mas, não quis o destino das forças políticas que a cara de nossa ONG aparecesse na grande mídia e ao lado de uma figura tão imponente, como seria a de um ministro da Cultura.
Mesmo, "sem ter para quem" protestar, o Ribeirão em Cena mostrou que entende bem de cultura e arte, quando, no meio do calçadão da Rua Álvares Cabral, na esplanada do Teatro Pedro II, começou a fazer, ali mesmo, jogos de teatro em roda, sob o comando do Professor Guilherme A.B.C. Ishie.
As músicas "Cavalo Lunar" e, principalmente com a dança do "Tiquerê", literalmente, chamaram à roda outros jovens interessados em ingressar no meio da agitação.
Entre as seis e sete horas da noite, o tamanho da ciranda feita por pessoas de diversas "tribos" era, no mínimo, empolgante: bonés de abas retas; mãos dadas com gente de cabelo colorido; calças coloridas; celulares que filmavam a roda de dentro; o estilo único e indefinido de cada um dos bolsistas do Ribeirão em cena; e uma enorme pilha de mochilas e bolsas ao meio das pessoas.
Todas aquelas figuras compunham um mosaico da juventude ribierãopretana.

Prof. "ABC", no centro, comanda a coreografia da roda. À esq. pilha de bolsas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Devolva Nosso Prêmio Areté!

Fora!

Manifestação ou Conversa?

A Ong Ribeirão em Cena, que organizava um movimento em defesa do recebimento do prêmio Areté – concedido e revogado pelo Ministério da Cultura (MinC) – recebeu um convite da prefeita Darcy Vera para que uma reunião com representantes dos dois lados, governo e Ong, fosse feita a fim de se discutirem os interesses, sem, então, necessidade de ato público.
Representantes do Ribeirão em Cena, bolsistas do curso de iniciação em Artes Cênicas e voluntários planejavam se manifestar no calçadão da rua Álvares Cabral às 18 horas do dia 26 de maio (quinta-feira), em frente ao teatro Pedro II.
Agora, com a possibilidade de uma conversa mais amistosa, com as presenças da Ministra da Cultura Ana de Hollanda e do diretor da Ong, Gilson Filho, a reivindicação pelo prêmio anunciado em maio do ano passado – os R$ 25 mil referentes ao prêmio Areté – fica mais próxima, apesar de não tão expressiva, como seria, caso houvesse manifestação.
Nesta terça-feira, 24, os alunos primeiroanistas foram informados e questionados sobre a possibilidade da negociação de um encontro com a ministra em troca do manifesto público, planejado para coincidir com a abertura da 11ª Feira do Livro. Quase todos os 150 atores da própria instituição, além de amigos e simpatizantes já confirmavam presença via redes sociais na internet
O motivo da revolta do grupo Ribeirão em Cena consiste na revogação da portaria anunciada no Diário Oficial da União (DOU de 12/05/2011), que retirou a verba destinada ao projeto “Semana Ribeirão em Cena de Teatro”, devidamente inscrito e aprovado nos padrões do edital publicado no próprio DOU de 11/03/2010, para o Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – CULTURA VIVA, Prêmio Areté – Apoio a Eventos Culturais em Rede.
Apesar de aprovado, o valor de R$ 25 mil nunca foi recebido pelo Ribeirão em Cena, e nem por outras 104 ONGs brasileiras que participaram do mesmo projeto, mas que, também tinham sido aprovadas segundo mesmo edital.
O Diário Oficial da União chegou a publicar uma nova nota, no dia 27 de dezembro de 2010 para modificar a condição de habilitados para inabilitados, segundo DOU, o que obrigou Silvia Regina, tesoureira da ONG, a apresentar recurso contra a manobra do MinC.
A atitude culminou em uma ação judicial coletiva, envolvendo diversos prejudicados de outros lugares do país.
Além da revolta com a confusão feita para a entrega da premiação anunciada, os manifestantes se aliam ao movimento nacional “Fora Ana de Hollanda”, que tem adeptos por toda parte do país e em diversos segmentos artísticos.
Os que pedem a saída dela do ministério desaprovam as práticas da ministra.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Mulheres, Homens e Crianças Vermelhas. Uma Celebração da Vida"

De Vanderlei Freiria


Meus mestres Gilson e Júlio e meus caros amigos do Ribeirão em Cena,



O que eu poderia dizer-lhes, sem o risco da obviedade, sobre o espetáculo - de vida - que vocês me proporcionaram no último sábado à noite? Falar-lhes de meu reencontro com Chico Buarque, João Bosco/ Aldir Blanc e Bertold Brecht? Falar-lhes de meu encantamento ao comungar com o Júlio e com Dom Hélder em Invocação à Mariama? Quiçá gritar-lhes minha emoção incontida ao vivenciar, por intermédio do trabalho/oferta dos queridos amigos atores, as dores de Herzog, Zuzu, Sonia Maria e Stuart Angel, Cidinha e Áurea Moretti? Dizer-lhes como foi terrível reviver meu desprezo para com Filinto Müller, Hitler, Getúlio Vargas, Garrastazu e tantas outras “criaturas” - muitas das quais, aliás, tiveram suas selvagerias anistiadas pelo Congresso Nacional brasileiro e pelo STF? Não. De tudo isto, de todos estes arrebatamentos vocês, amigos, já se ocuparam por intermédio da arte teatral e do sonho – aquele se que torna realidade a cada noite de apresentação, de vivência (digo vivência porque o trabalho por vocês desenvolvido ultrapassa as fronteiras do espetáculo – trata-se de uma celebração da vida a partir de tantas dores, de tantas ausências). Dionísio, nosso deus por vocação, por certo esteve em êxtase ao vislumbrar que a partir de Antígone (sim, a primeira mulher vermelha) desenvolver-se-ia, por um grupo de teatro da pólis ribeiraopretana, uma ode a todos os seres humanos vermelhos (homens e mulheres) cultores do sonho e da liberdade.
Não posso furtar-me, logo de início, a uma consideração bastante óbvia concernente à temática do espetáculo: quantos homens/crianças/mulheres vermelhas ainda hão de perecer a fim de que nós vivenciemos plenamente a fraternidade, a liberdade, a igualdade? Os paralelos traçados pelo espetáculo (que vão desde a Grécia de Antígone, do século V a.C, aos dias de hoje – relembre-se a bandeira do MST encerrando o espetáculo) trazem-nos tal questionamento de forma pungente. Os gritos e as dores de todas aquelas mulheres vermelhas, por certo, não foram em vão: continuam ecoando em nós e fazendo-nos recordar de suas conquistas. Ocorre que, de alguma forma, vivenciamos, ainda, tempos de guerra, tempos cruéis e precisamos estar atentos para que tão-somente as promessas de vida possam florescer... O trabalho do Ribeirão em Cena, magistralmente capitaneado pelo querido Gilson Filho, traz às nossas memórias a luta de tantas mulheres que, circunstanciadas em diversos contextos de repressão e de morte, disseram sim à vida, à liberdade... E, para tanto, pagaram preço valoroso. Fico pensando que a riqueza do trabalho, sob todos os ângulos mirados, reside justamente na crença do Gilson (revelada a nós, espectadores, por intermédio dos atores) nesta mesma possibilidade de vida. E de sonho. Tal crença, frise-se, foi inteiramente vivenciada pelo elenco todo, pela equipe técnica e pelos músicos (que grata surpresa a música ao vivo... músicos excelentes, sintonia radiante com os atores) ... enfim, por todos aqueles que ali trabalharam com devoção. Com fé.
Meus amigos, quero agradecer-lhes tamanha oportunidade de encantamento e de encontro; sentimento, aliás, que vem sendo ratificado a cada nova criação da ONG Ribeirão em Cena. Eu não mais farei referências à nossa cara pólis de maneira desairosa no que concerne ao âmbito cultural: nós temos o Ribeirão em Cena com toda sua proposta absolutamente frutífera de oxigenação da cultura local. Salve! Salve, Dionísio! Salve, Gilson! Salve, Júlio! Salve, Malba, Adriana, Marília e todos o queridos companheiros do Ribeirão em Cena. Salve!
Peço licença a dom Hélder e também valho-me do auxílio de Mariama, Mãe dos homens de todas as raças, de todas as cores, de todos os cantos da Terra. Pede ao teu filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver. Peço a vocês, queridos amigos, que não parem nunca, é lindo! É lindo de viver! É lindo poder partilhar de um momento como este criado por vocês.
P.S (i) Meus caros, espero que me desculpem por não lhes ter parabenizado/abraçado após o espetáculo... a emoção foi grande. Eu escrevi estas palavras na volta para casa, pleno de Deus e preenchido pela poesia que o labor árduo de vocês fez florescer: meu coração transbordou!

Vanderlei Freiria - Advogado

domingo, 8 de maio de 2011

Agenda de Junho




9
Palestra com Izaias Almada
20:30 - Teatro Ribcena
Izaias Alamada, autor do livro "Teatro de Arena uma estética de resistência", vem a Ribeirão compartilhar as experiências de sua vivência como ator, dramaturgo e estudioso do grupo de teatro que marcou uma nova abordagem artística na época de ditadura no Brasil.


10
Pai
21:00 - Teatro Ribcena
A peça de Izaias Almada foi apresentada no Festival de Teatro de Curitiba de 2011. Na história, mãe e filha vivem as agonias de terem perdido um ente querido, tido como desaparecido político. A trama se desenrola a partir de um telefonema, que revela o descobrimento dos restos mortais de um homem em um cemitério clandestino. E, junto à ossada e uma aliança de casamento, o passado de um comunista se desenterra em meio ao desconforto familiar.

11
Mulheres Vermelhas
21:00 - Teatro Ribcena
Adaptação dramatúrgica e direção de Gilson Filho. Inspirada nos depoimentos das mulheres que sofreram com a censura, com perseguição aos militantes políticos considerados subversivos pelos governos ditadores, Mulheres Vermelhas traz os depoimentos com as dores e o sofrimento de quem teve na pele as marcas da tortura durante os chamados "tempos de chumbo",  pagando, às vezes, com a própria vida em defesa da democracia, da liberdade de expressão, opinião e pensamento político.

19
Os Limpantes
11:00 - Pq Maurílio Biagi
16:00 - Teatro de Arena
Com Direção de Gracyela Gitirana, um grupo de clowns, munidos de objetos de limpeza, sobe ao palco sem se utilizar da fala. A intervenção se embasa em trabalhos de corpo e improviso dos atores, que interagem com o público, apresentando uma perspectiva inusitada do cotidiano.