quarta-feira, 29 de junho de 2011

Alunos do Primeiro Ano Apresentam Trabalhos Finais



Nesta quarta-feira, 29 de junho, os primeiro-anistas da ONG Ribierão em Cena se apresentaram no teatro da sede.
As turmas da manhã, tarde e noite do primeiro do ano do curso de Iniciação em Artes Cênicas mostraram seus trabalhos finais nas aulas de Interpretação, Expressão Corporal e Improvisação durante seus períodos de aula. As apresentações, além de marcar o fim do semestre, foram abertas a alunos de outros períodos e anos do curso.
Os professores Renato Ferreira Pinto e Gracyela Gitirana, das disciplinas de expressão corporal e improvisação, respectivamente, mostraram-se satisfeitos com o trabalho resultante do semestre, isto é, com o objeto da principal avaliação da primeira parte do curso.
Durante apresentação da turma da manhã, Julio Avanci, professor de Interpretação, disse ter ficado feliz e que sua expectativa tinha sido superada: "Pensei que não teríamos apresentações, que o trabalho final não seria apresentado, que não teríamos cena".
Os alunos também aparentavam feições de dever cumprido e certa vaidade pela conclusão dos aprendizados durante o curso.
As apresentações marcam o final do semestre, restando para a semana seguinte, do dia 4 a 6 de julho, a avaliação que fechará as notas e decidirá o rumo dos alunos para o segundo semestre de 2011.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Valeu a Pena?

Por Hermes Ribeiro

Hoje o Ribierão em Cena recebeu visita de um homem que viajava pela cidade.
Seu Ari e a esposa quiseram saber sobre os trabalhos da ONG e matar a curiosidade do que acontecia no espaço.
Então ele revelou, ao saber das apresentações de “Mulheres Vermelhas”, que teria sido eletrocutado por 3 dias consecutivos no DOI-CODI, em São Paulo. Era informante, “pombo-correio”.
Disse que, quando ouve alguém dizer, hoje em dia, sobre manifestações, movimentos, etc. costuma discordar: “Você não sabe o que está falando!”.
De fato, a idade dele já se mostrava muito influente no seu estilo de viver: muito falante, não economizava palavras nem cortejos (“bom dia”, “é um prazer conhecê-lo” e outras formalidades do tipo). Usou trocadilhos como, por exemplo, este que deve ser transcrito: Eu me lembro que aqui (No Ribcena) tinha um quadro do Che (Guevara). É impossível chegar nessa idade que eu estou sem se apaixonar por uma frase que ele disse: “Hay que endurecer”!
O homem se referia, muito mais, ao apelo do macho para com sua genitália, ao invés do revolucionário com sua realidade. O que, então, consagrou-o como gozador autor de trocadilhos sexuais baratos. E, como se podia esperar, ainda emendou alguns comentários sobre medicamentos contra impotência sexual.
Porém, distante da brincadeira com a realidade, ele retomou um questionamento que me deixou triste, pessimista inclusive.
Lembrando-se do sangue derramado pelos estudantes, operários e todos que protestavam contra as ditaduras, aquele senhor compartilhou uma dúvida sobre a luta: “Valeu a pena?”
Isto é, a democracia, instaurada após tanto tempo de censura e repressão, como está hoje, serve aos ideais políticos dos jovens sonhadores há trinta, quarenta anos?
Muito indica que não; que barbaridades cometidas por parlamentares, executivos e judiciários do alto escalão são índices de desamparo do povo brasileiro.
A própria localização de Brasília e o espaço onde fica o Parlamento já não favorecem a comunicação entre capital administrativa e o povo, que é, digamos, administrado. Conhecida a mentalidade que alguns têm quanto a ficar sem punição pelos crimes que cometem, principalmente de corrupção, lavagem de dinheiro e uso indevido de bem público, de onde vêm esperanças para se acreditar em um futuro feliz, ou, melhor, na felicidade que se terá no futuro?
Se mesmo instituições sagradas, como, por exemplo, a família, perdem espaço para a grande mídia, que por sua vez, reproduz entretenimento barato e vazio, sortido de propagandas governistas financiadas com dinheiro público, cria-se, aí um ciclo muito interessante aos detentores do poder.
Neste momento, sentimo-nos marginais.
Porém, nossa arte valoriza o contrário ao conformismo: provocamos nossos espectadores a se incomodarem, questionarem valores, desgostarem do que lhes é apresentado principalmente.
O repúdio ao nosso trabalho é muito bem vindo, pois sabemos que trata-se de um recorte desagradável da realidade, cujos esforços governistas a fim de ocultá-lo são caros e belos como telenovelas globais e propagandas de “nossa” petrolífera “estatal”.

domingo, 19 de junho de 2011

OPINIÃO: Os Limpantes: Do Hades ao Olimpo

Por Hermes Ribeiro
Então que, pelo aniversário da cidade, a ONG Ribeirão em Cena dava seu presente pelos 155 anos: uma apresentação do número “Os Limpantes” no Paqrue Maurílio Biagi.
Para os entendidos, tratava-se de Clowns; para os novatos, palhaços praticamente mudos e devidamente caracterizados. Todos de uniforme de limpeza, alguns munidos de vassoura, outro com balde e, outro com banquinho, um com telefone (!) e todos com seus trejeitos caricatos.
Ainda pela manhã, simultaneamente ao espetáculo, havia um passeio ciclístico, que tinha, além de muitas pessoas a pedalar, um trenzinho com apresentador e caixa de som. O apresentador anunciava um sorteio.
Um sorteio e inúmeros prêmios.
Aros de alumínio, rodas e pneus de bicicletas, dentre outros itens da prática desportiva daqueles camaradas.
A atenção era toda pra ele.
E a desatenção toda por conta de uma das organizadoras do evento, uma senhora, que
não disponibilzou nenhuma cadeira - tendo proibido, inclusive, o uso tanto da de cima, quanto da de baixo, que se empilhavam, vazias na guarita da Guarda Municipal - para a diretora do elenco,grávida já em seu sexto mês.
A persuasão dos recursos de alto falantes potentes, premiação com brindes, carro de som, fazia com que apenas um curioso ou outro atentassem à presença da tropa da limpeza.
Mas, mesmo em condições adversas, discípulos de Dionísio sabem conduzir bem seu veículo muito bem. Principalmente quando estão em grupo.
Foi, então, deste ponto em diante que a história valeu a pena para a ONG: os palhaços interagiram com o público, conquistando primeiro sua atenção e, depois o carisma, que se percebeu nos sorrisos, nas risadas, nas fotos - de longe, ou mesmo posadas junto ao elenco - nos abraços das crianças mais novas e, inclusive no choro de um menino mais assustado.
No final da manhã, o Sol brilhava forte, como de costume desta terra. Anunciava a chegada da tarde, meio-dia, hora de almoçar. Hora de se comer o pão de cada dia, de se energizar até à noite. Porque, com a chegada das luzes primeira lua cheia do inverno, abria-se o portal mágico para estes mesmos limpantes.
Era, esse lugar encantado, o Teatro de Arena Jaime Zeiger. Lá, público e pessoal da organização recebia com braços abertos e entusiasmo o trabalho do Ribierão em Cena.
Desta vez, Gracyela Gitirana, que dirige o elenco, não só esteve bem acomodada, como também contou com suporte técnico eficaz de última hora, enquanto seus dispositivos de áudio repetiam-se em falhar.
Nessa cidade, gregos e troianos se revezam em eventos culturais. “Não se pode agradar a todos”, mas, em uma época que se vive o “Dai a César o que é de César...” os deuses do teatro abençoam e agradecem iniciativas como a do Movimento Pró-Arena.

sábado, 18 de junho de 2011

Ribeirão em Cena apresenta "Pai" no Fórum Social

Neste sábado de 18 de junho, durante o Fórum Social de Ribeirão Preto a ONG Ribeirão em Cena apresentou a peça “Pai” no Estúdio Kaiser de Cinema, em Ribeirão Preto, às 18:30 horas.
A versão apresentada foi resumida devido aos recursos técnicos disponíveis no local.
Do elenco, ficaram em cena apenas as atrizes Neuza Maria e Mariana Cazula.
E, apesar de ter surpeendido os espectadores com a temática de sequestro político, ideais, tanto da juventude “que sempre se acha moderna” e dos costumes das pessoas mais ortodoxas, a peça arrancou muitos aplausos de todos que estavam ali presentes.
Viam-se crianças, adultos e idosos, incluídos participantes de outras mesas, parentes de diferentes famílias, espectadores de outras atrações, mas, de um mesmo fórum de sociedade ribeirãopretana.
Então, quando o silêncio prevaleceu novamente sobre os aplausos, nossos artistas voltaram à realidade cotidiana, respiraram e já ouviam os comentários do diretor, Rafael Felix, que instruía seu elenco a fim de otimizar o trabalho para a próxima encenação.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ribeirão em Cena move ação contra Pantanal Linhas Aéreas

Com segundo voo cancelado, palestrante desiste de vir à cidade

A manhã de sexta-feira, 10 de junho, foi especialmente fria para a ONG Ribeirão em Cena. Além das baixas temperaturas, ocasionadas pela massa de ar polar e pelas chuvas que caíram nas regiões Sul e Sudeste, o próprio espaço Ribcena ficou com ares do mau tempo ali instaurado.
Tratava-seda ausência do convidado principal da noite, autor do livro “Teatro de Arena uma estética de resistência”, Izaias Almada. Como motivo, a segunda vez que o voo Guarulhos – Ribeirão Preto deixava de sair no horário marcado.
Responsável por bancar a despesa de viagem de seu convidado, a ONG Ribeirão em Cena agora estuda abrir um processo contra a Pantanal Linhas aéreas, que vendeu as passagens. O prejuízo afetou não só os bolsos, mas, também, a reputação da entidade – que, pela segunda vez, cancelou o mesmo evento com o escritor.
A empresa prestadora do serviço, não contente em reembolsar apenas 30% do valor dos bilhetes, ameaçou não reiterar qualquer quantia, alegando que o nome do palestrante constava em uma lista de quem faria o mesmo trajeto, mas numa van disponibilizada pela Pantanal, em alternativa ao avião que não decolou.
Izaias se apresentaria 9 de junho, quinta-feira às 20:30 e sua palestra teria relatos da época em que conviveu com figuras centrais do Teatro de Arena, tais como Oduvaldo Vianna Filho, Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal, dentre outros nomes de peso da cultura de resistência em São Paulo.
O evento noturno do dia 9 viria em compensação à ausência dele na semana anterior, mais precisamente dia 3 de junho, quando a convite de Gilson Filho, o escritor viria prestigiar a estreia da peça “Pai”, de sua autoria, em Ribeirão Preto, o que só não aconteceu devido ao adiamento de 11 horas do voo que sairia de Guarulhos, com saída marcada para as 9:00.
Não querendo esperar no aeroporto até às oito da noite daquela data, Izaias aceitou um acordo de palestrar na semana seguinte e assistir a duas apresentações de peças: “Pai” e “Mulheres Vermelhas” sexta-feira e sábado, dias 10 e 11 de junho respectivamente.
Então, na quinta-feira, 9 de junho, outro atraso no voo das 17:00 frustra novamente o escritor e, também mais de 50 pessoas, as quais já o esperavam no saguão do Ribcena, mesmo depois dos esforços desempenhados pelo pessoal da comunicação da ONG em telefonar, tuitar e mandar e-mails a menos de duas horas do horário de início da palestra, avisando sobre o cancelamento na programação.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Mulheres Vermelhas, algo que perdi em mim"

Por Carlos Biaosli


Noite de sábado, eu cidadão comum, eleitor, consumidor, contribuinte… Feliz da vida com as prestações que tenho que pagar e com o sorriso da moça do comercial de shampoo que me desperta uma juventude fugaz. Esse sonho de país de classe média que compramos em papel celofane da mediocridade.
Mas ao bem da verdade, o país tem uma história a limpo a passar e a peça Mulheres Vermelhas -qual assisti essa noite- que em síntese trata da luta e da tortura que passaram mulheres contrárias aos regimes de exceção, ajuda-nos a entender nossos anos obscuros de ditadura militar onde familiares não tiveram nem o direito sagrado de enterrar seus filhos assassinados e torturados. E nossa vizinha Argentina nos dando exemplo, quem diria.
Por aqui, nem uma coisa nem outra, nem a condenação de torturadores nefastos, nem o mínimo de podermos saber ao menos  a verdade, o que realmente aconteceu a esse país? Inércia tétrica.
Já assisti diversos trabalhos do diretor Gilson Filho, conheço sua linha de conduta e de interpretação e também o fio que lhe move às inquietações, porém difícil é não se surpreender, não corro risco em afirmar que Mulheres Vermelhas é seu ápice. Montagem qual o diretor moldou tudo que lhe cabia com a a experiência de décadas dedicadas ao teatro formando uma miscelânea que me fez reviver o bom teatro, dos melhores que pude presenciar. Brigaghão, assim chamado carinhosamente pelos amigos, não teve medo de trabalhar a interação multimídia, também colocou um texto denso num cenário experimental. Tão pouco economizou talento na luz e na maneira que tratou musicalmente o cerne em cena, tudo com muito encaixe à excelência da interpretação de um elenco de mais de duas dezenas de atores em cena. Um trabalho demais profícuo e árduo, creio. A voz (o maior defeito do teatro atual) desse elenco grandioso sempre esteve uniforme de forma primorosa. Os atores e, sobretudo, as atrizes estiveram magnânimos numa altivez e presença de cena muito raro de se encontrar.
Todavia, o encontro com esse teatro choca e a catarse que sucede em mim é genitora desse sentimento do qual ainda não consegui resolver. Compreendo que algo não só na nossa História ficou mal resolvido, mas em mim também.
Depois dessa experiência humana sinto que algo perdi e que não sei como encontrar. Porque esse trabalho em cena claudica cá em mim, fragilizando eu cidadão comum, eleitor, consumidor, contribuinte… E o sorriso da moça do Shampoo não me é mais suficiente. Mulheres Vermelhas é uma experiência de vida única que não esquecerei jamais.



Texto original em: http://blogdobiasoli.wordpress.com/2011/06/09/mulheres-vermelhas-algo-que-perdi-em-mim/

segunda-feira, 6 de junho de 2011

NIT se despede da Feira do Livro após ‘maratona’ de apresentações e workshop

José Maurício Cagno e Gracyela Gitirana contam orgiem do teatro
Ao todo, 16 apresentações, 12 horas em palco e aproximadamente 1300 pessoas envolvidas marcaram a atuação durante o trabalho do Núcleo de Investigação Teatral, o NIT, da ONG Ribeirão em Cena na XI Feira do Livro de Ribeirão Preto nesta última semana – 26 de maio a 06 de junho.
“Foi um aprendizado”, disse Gracyela Gitirana, atriz do grupo, sobre a impressão das múltiplas apresentações ao público da feira.
A atriz considerou o evento “muito bom”, em especial a troca de sentimentos entre palco e plateia destacando: “teve até a senhorinha que vendia balas, que foi nos assistir todos os dias”. Gracyela destacou que a nova admiradora do trabalho cênico foi muito receptiva com o grupo “no final de cada apresentação ela vinha nos abraçar e dar parabéns!”.
A média de público variava entre 60 e 80 pessoas, mas, como a própria atriz disse, chegou à marca de 120 pessoas, o que ocorria quando escolas tinham agendado lugar e horário para seus alunos.


Oficina

O Workshop “Do resgate da natureza do humano até a criação da cena” contou com 40 pessoas que participaram das práticas no NIT. A grande maioria, bolsistas da ONG.
A oficina começou às 10 horas do último sábado (4 de junho) nos estúdios Kaiser de Cinema. Durante a tarde, o lugar foi mudado para o espaço cênico Deborah Duboc, para que fosse dada continuidade nos trabalhos de vivência corporal dos elementos de forma mais livre e concentrada.
Esses elementos são os já conhecidos terra, fogo, água e ar, além da luz e do sagrado, somando, então 6 diferentes temas, cujas características foram exploradas com movimentos e vocalizações distintas.
Segundo a opinião dos próprios membros do núcleo, a própria observação de todas aquelas pessoas, passando pelos mesmos processos de criação e vivência do grupo, trouxe muita vida ao NIT e, ao final da tarde do sábado, 4 de junho, era nítida a satisfação dos participantes: os oficineiros não queriam ir embora, demorando-se a desfazer a roda, onde todos se abraçavam e colocavam suas considerações finais sobre dia como “investigador teatral”.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Izaias Almada Adia Vinda a Ribeirão E Anuncia Palestra

Izaias Almada, autor do texto de “Pai”, cancelou sua presença na apresentação do espetáculo das 21hrs desta sexta-feira.
Devido a uma pane no motor da aeronave em que tinha embarcado, o dramaturgo não pôde decolar às 11:30, conforme horário do voo.
A alternativa de esperar pela próxima viagem ainda no mesmo dia, às 17h:30min, não o agradou. Segundo o próprio Izaias: “Não tenho mais idade para esperar tanto tempo no aeroporto”.
Em conversa por telefone com Flávia Brigagão, da ONG Ribeirão em Cena, ele propôs uma palestra aberta ao público em geral sobre o Teatro de Arena, do qual participou junto aos consagrados Augusto Boal, Oduvaldo Vianna Filho e Gianfrancesco Guarnieri .
A palestra está marcada para o dia 9 deste mês, quinta-feira, no Teatro Ribcena às 20h:30min.
“Pai” foi apresentada no Festival de Teatro de Curitiba de 2011. Na história, mãe e filha vivem as agonias de terem perdido um ente querido, tido como desaparecido político. A trama se desenrola a partir de um telefonema, que revela o descobrimento dos restos mortais de um homem em um cemitério clandestino. E, junto à ossada e uma aliança de casamento, o passado de um comunista se desenterra em meio ao desconforto familiar.
De Curitiba, a peça chega com boa bagagem crítica, tendo, inclusive, ganhado destaque em uma Tv local, com fragmentos da apresentação e uma entrevista com o autor.




O imprevisto ocorrido com Izaias fez com que a estreia da peça em Ribeirão Preto não conte com seu autor, mas, em compensação, além de assistir ao espetáculo na semana seguinte (sexta-feira,10/6), o escritor do livro “Teatro de Arena uma estética de resistência” falará sobre sua vida e experiência no grupo de teatro que, por décadas, enfrentou a ditadura e o regime militar no Brasil.

Lembramos que o Ribeirão em Cena fica na rua Lafaiete, 1084 e nossos eventos são gratuitos!