quinta-feira, 10 de setembro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA PARTICIPA DE FESTA DO CONGO EM SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA

Os bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena participaram neste final de semana da tradicional Festa do Congo, em Santo Antônio da Alegria. Durante os quatro dias de festividades, cerca de 50 ternos se apresentaram em frente a igreja Nossa Senhora do Rosário e pelas ruas da cidade.

Objeto de pesquisa e inspiração para os atores da ONG, o folclore, a religiosidade e principalmente o contato com os congados serão trabalhados nas montagens para a Mostra Ribeirão Em Cena de teatro, que começa em novembro deste ano.

A professora Fabiana Fonseca ressaltou a importância do resgate e valorização da cultura popular brasileira. “Não podemos perder nossas referências indígenas, raízes africanas e essa religiosidade. Precisamos construir uma identidade inspirada no que é nosso”, afirmou Fabiana, que organizou a viagem com mais de 30 bolsistas da ONG Ribeirão Em Cena.

“Estar presente em uma festa como essa era necessário. Eles são os verdadeiros artistas, quem nos inspira e nos impulsiona para uma criação. São muitas cores, vibrações e sons”, disse.

A bolsista Loruama Alves Gomes, 29, tinha outra concepção sobre a congada e despertou uma inquietude depois da viagem. “Pessoas sofridas, queimadas do sol, com fisionomias de trabalhadores e felizes com a vida que levam. A congada é um momento de fé, de emoção, que eles amam. Essa é a verdadeira arte. Eles fazem o que gostam e não o que dá dinheiro”, afirmou Loruama.

Além de Fabiana Fonseca, a professora e diretora Gracyela Gitirana também foi a Santo Antônio da Alegria e vai trabalhar com movimentos folclóricos e cultura popular. O professor Júlio César Avanci escolheu o texto Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, que fala sobre religião e ressaltou a importância da crença na vida daquelas pessoas. A ONG Ribeirão Em Cena começou o processo de montagem das pessoas para o final deste ano.

Congado

O Congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil. Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas, e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

O Congado originou-se na África no país do Congo, inspirando-se no Cortejo aos Reis Congos que era uma expressão de agradecimento do povo aos seus governantes. Ao receber a colonização portuguesa, vários africanos foram trazidos para o Brasil para serem escravos e acabaram trazendo esta tradição e mesclando com a cultura local.

No Brasil o Congado é celebrado em várias localidades como Cametá/PA, no Esprírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Armação de Itapocoroy/SC, Catalão/GO, Machado/MG, São João del-Rei/MG, Uberlândia-MG, São Sebastião do Paraíso/MG, São Gonçalo do Sapucaí-MG, Pedro Leopoldo-MG dentre outras.

O congado, também chamado de congo ou congada mescla cultos católicos com africanos num movimento sincrético. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco. Ocorre em várias festividades ao longo do ano, mas especialmente no mês de outubro, na festa de Nossa Senhora do Rosário. O ponto alto da festa é a coroação do rei do Congo.

Na celebração de festas aos santos, onde a aclamação é animada através de danças, com muito batuque de zabumba, há uma hierarquia, onde se destaca o rei, a rainha, os generais, capitães, etc. São divididos em turmas de números variáveis, chamados ternos. Os tipos de ternos variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões e outros.

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