quinta-feira, 23 de julho de 2009

Theatro Pedro II recebe a Cisne Negro Cia de Dança


Considerada uma das mais importantes companhias de Dança do país e recém chegada de uma tourné pela Europa, a Cisne Negro Cia. de Dança, dirigida por Hulda Bitencourt, apresenta dois espetáculos no dia 21 de agosto no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto.

Às 16 horas, a Cisne mostra “Vem Dançar”. Com coreografia de Danny Bitencourt, “Vem Dançar” é um dinâmico e divertido musical, didático, social, histórico e cultural, onde os bailarinos da Cisne Negro de Dança contam, cantando e dançando, a história da dança através dos tempos, tendo como mestre de cerimônias o Rei Sol, Luiz XIV.

Às 21 horas, a Cisne Negro volta ao palco para um espetáculo que reúne três coreografias: Fruto da Terra, Reflexo no Espelho e Forrolins.

Fruto da Terra foi criado pelo coreógrafo israelense Itzik Galili, um dos mais conceituados coreógrafos da atualidade, que tem sua própria companhia sediada na Holanda. A obra descreve de forma poética e simples a vida no campo, a comunicação e o relacionamento entre grupos de trabalhadores, que mesmo em meio a tensões e conflitos, vivem numa mágica harmonia. Com música de Mercedes Sosa, Fruto da Terra tem grande impacto visual e recursos cênicos inovadores, com tratamento do artista plástico Ascon Nijs.

Reflexo no Espelho é a mais nova coreografia de Patrick Delcroix e foi criada especialmente com nove dos bailarinos da companhia. A idéia do espetáculo veio ao longo do tempo, através de observações e sensações do artista. Aos 41 anos, Patrick Delcroix participou durante 15 anos do Nederlands Dans Theatre, de Jiri Kylian, uma das mais importantes companhias do mundo, primeiro como bailarino e depois como coreógrafo-residente. Em 2001, Patrick Delcroix foi nomeado pelo governo francês Cavalheiro das Artes e Letras por seu trabalho no mundo da dança.

Forrolins, coreografia criada por Dany Bittencourt, baseada nas obras dos músicos Cacá Malaquias e Heitor Villa-Lobos, é obra genuinamente nacional, com música brasileira, coreógrafa brasileira, retratando um trabalho repleto de alma e sonoridade brasileiras, resgatando a música brasileira tradicional do nordeste do Brasil. É um trabalho que retrata tradições musicais do povo brasileiro, suas origens, sua musicalidade, seu gingado, através da dança, a importância do nosso legado de diversidade musical.

Os ingressos já estão à venda com 50% de desconto até 10 de agosto na Rose Ballet School. Rua Garibaldi, 777 - Centro - Ribeirão Preto. Tel 3635-2777.

Serviço:
Cisne Negro Cia de Dança em Ribeirão Preto
Dia: 21 de agosto (sexta-feira)
16h - "Vem Dançar"
21h - "Fruto da Terra"
Local: Theatro Pedro II

Ingressos:
Espetáculo “Fruto da Terra”
Platéia / Frisa e Balcão Nobre – R$ 100,00
Balcão Simples – R$ 70,00
Galerias – R$ 40,00

Espetáculo “Vem Dançar”
Platéia / Frisa e Balcão Nobre – R$ 60,00
Balcão Simples – R$ 40,00
Galerias – R$ 20,00

Vendas: Rose Ballet School
R: Garibaldi, 777 - Centro - Ribeirão Preto/SP

sexta-feira, 17 de julho de 2009

“PLÍNIO MARCOS - UM ROTEIRO” RETORNA AO SANTELISAVALE

“PLÍNIO MARCOS - UM ROTEIRO” RETORNA AO SANTELISAVALE

A expressão “estômago” vem a retratar o homem de maneira visceral e levar o público a digerir assuntos polêmicos através do teatro.

A CEBRAT – Cia. do Estômago Brasileira de Teatro apresenta neste final de semana (18 e 19) o espetáculo “Plínio Marcos – Um Roteiro” no Espaço Cultural SantelisaVale. O texto traz a união de 10 textos deste grande dramaturgo brasileiro: “Balada de um Palhaço”, “Quando as Máquinas Param”, “Querô”, “Barrela”, “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, “Navalha na Carne”, “Homens de Papel”, “Jesus Homem”, “Abajur Lilás” e o conto “Neste Domingo me Confesso”.

Histórias de circos, dificuldades, estouros, frustrações, abusos e torturas. Textos escritos à algum tempo e infelizmente tão presentes nos dias de hoje. Segundos antes da apresentação existe um palhaço em busca da alma. É possível criar um filho nos dias de hoje? Uma mãe perante suas dores e arrependimentos... Dois palhaços e um par de sapatos. Prostituta também é gente? Você tem algum trauma? Quem quebrou o abajur?


Nesse espetáculo os atores colocam de maneira visceral a verdade dessas personagens, para identificação do público. Apresentando suas criações com purismo e credibilidade. Os esforços são muitos. Temos a missão de falar sobre as diferenças, e denunciar de forma artística momentos vividos por muitos seres humanos.


FICHA TÉCNICA
Elenco:
André Mendes (Animal, Bento e Giro)
Anne Pelucci (Gá)
Douglas Faria (Bobo Plin, Perdido1, Neusa Sueli e Osvaldo)
Fernanda Pacheco (Palhaça, Nina e Leninha)
Flávia Pacheco (Palhaça, Leda e Célia)
Leka Brandão (Vera Menelão, Madalena e Dilma)
Marcelo Moda (Cuspidor de fogo, Zé e Perdido2)

Vinicius Alcantarilla (Músico Palhaço)


Textos: Plínio Marcos
Adaptação : Giba Freitas e André Mendes
Direção: Giba Freitas
Direção Musical: Vinicius Alcantarilla
Contra-Regra e Bilheteria: Juliana Elpídio
Contra-Regra e Bilheteria: Alexandre Laguna
Maquiagem e Contra-Regra: Mahina Lucena
Figurinos: Cia. do Estômago
Cenário: Cia. do Estômago
Iluminação: Giba Freitas
Duração: 85 minutos


Serviço:
Dias: 18 (21h) e 19 (20h) de JULHO.
Local: Espaço Cultural SantelisaVale
Rua Lafaiete, 1084
Informações:3610-7770
Produção: 3013-3314 / 9725-7648
Ingressos: R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)

terça-feira, 14 de julho de 2009

SANTELISAVALE RECEBE ESPETÁCULOS INSPIRADOS NOS TEXTOS DE BRECHT E DARIO FO

O grupo Qorpo Santo apresenta dois espetáculos nesta quinta-feira, 16, no Espaço Cultural SantelisaVale. Inspirado no texto A História da Tigresa do dramaturgo italiano e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1997, Dario Fo, o ator Fábio Meuamôr interpreta um soldado ferido na guerra e abandonado pelos colegas no meio da floresta, é salvo por um tigre com quem passa a ter uma relação familiar.

A convivência com o tigre o faz enxergar a alma humana, reconhecendo fraquezas nas relações de poder. Ao se recuperar dos ferimentos, ele retorna ao campo de batalha, desta vez contra seus princípios renovados e a prepotência de um governo totalitarista que se configura como inimigo do próprio povo, alienando-o para lutar uma guerra em defesa de uma ideologia burguesa e mesquinha.

No segundo espetáculo da noite, o grupo volta a cena com o espetáculo “Qorpo Sem Alma”, baseado na peça “O Mendigo ou o Cão Morto”, de Bertolt Brecht. Um típico imperador coloca em exercício toda a soberba, mediocridade e prepotência que pode emergir do ego imperial de alguém que pensa ter “vencido” um inimigo, execrando como um nada um mendigo que encontra a sua porta no momento em que comemora a sua “vitória”.

Cabe então ao mendigo, acompanhado de seu cachorro morto, mostrar a este homem o quão medíocre ele é, desarmando-o com palavras e fazendo-o sucumbir pela própria soberba. Numa relação de amor e humildade, ele mostra a relação de interdependência que vivemos, podendo ter mais valia para um súdito, um cão morto de que seu imperador, vindo da guerra, traz consigo a vitória.

Serviço:
“Um Olhar Sobre a Tigresa” e “Qorpo Sem Alma”
Dia: 16 de julho (quinta-feira)
Horário: 21hLocal: Espaço Cultural SantelisaVale (R: Lafaiete, 1084 - Centro)
Ingressos: R$10 e R$5
Classificação: 14 anos
direção: Jefferson Zanchi Dario Fo

Dario Fo (Sangiano, 24 de Março de 1926) é um escritor, dramaturgo e comediante italiano; ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1997. Sua família era composta por seu pai Felice, socialista, mestre da estação e actor em uma companhia amadora do teatro; sua mãe Pina Rota, uma mulher da imaginação e talento (nos anos 1970, teve um livro autobiográfico publicado por Einaudi, contando a história de sua cidade natal); seu irmão Fúlvio; sua irmã Bianca e seu avô materno, que teve uma fazenda em Lomellina, onde Dario passou suas férias da infância.

Bertolt Brecht (também Bert Brecht), nome de nascimento Eugen Berthold Friedrich Brecht. (*Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — †Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.

sábado, 11 de julho de 2009

Final de semana com oficinas no Espaço Cultural SantelisaVale

A atriz Poliana Savegnago, do Grupo Engasga Gato, e a professora da ONG Ribeirão Em Cena e atriz Fabiana Fonseca, formada na Unicamp, ministram duas oficinas neste final de semana no Espaço Cultural SantelisaVale.

No sábado, a partir das 9h, Savegnago ministra o “Treinamento de Ator a partir dos elementos das Danças Brasileiras”. Formada em Artes Cênicas pela Faculdade Barão de Mauá, ela fez especialização em Cultura Popular pelo Instituto Brincante Antônio Nóbrega de São Paulo. Sempre teve a sua carreira ligada a dança e manifestações populares. Seu último espetáculo tem orientação de Raquel Scotti, atriz e pesquisadora do LUME (Núcleo de Investigação Teatral da Unicamp).

No domingo, a professora e atriz Fabiana Fonseca ministra oficina de expressão vocal, com o objetivo de criar um espaço de experimentação onde o corpo silencioso se transforma em espaço sonoro. Criação de atmosferas, carícias aos ouvidos com sons de diversos artistas que exploram criativamente a voz, e assim despertar nosso corpo-voz. Sobretudo, explorar a expressividade da nossa voz brincando e descobrindo o prazer de experimentar.

Fabiana é formada pela Unicamp, fez parte do Grupo Matula Teatro e trabalhou no projeto “Arte e Exclusão Social”, sob a orientação de Renato Ferracini (LUME), promovendo peças com/e sobre moradores de rua. Também atuou na Boa Companhia (grupo de teatro que atua a mais de 15 anos em Barão Geraldo - Campinas) onde é atriz convidada do espetáculo musical "A Dama e os Vagabundos".

Serviço:
“Treinamento de Ator a partir dos elementos das Danças Brasileiras”
Dia 11 de julho das 9 às 12:30h
Investimento: R$10
Participantes: 20 pessoas
com Poliana Savegnago

Expressão Vocal
Dia 12 de julho das 9 às 12h
Investimento: R$10
Participantes: 20 pessoas
com Fabiana Fonseca

terça-feira, 7 de julho de 2009

Luis Fernando Veríssimo é atração do teatro em Ribeirão Preto neste final de semana


Em dois espetáculos, grupo de Curitiba encena crônicas do jornalista e escritor gaúcho e texto do venezuelano Gustavo Ott no SantelisaVale


Considerado um dos mais importantes grupos de teatro do Paraná, o “Alameda Cia.Teatral” é o convidado do Ribeirão Em Cena para dois espetáculos no Espaço Cultural SantelisaVale.


Sexta-Feira (10/07) o grupo apresenta “Z.Y. Veríssimo!!! 200,9 MHz - A Voz da Felicidade No Ar”. O espetáculo é uma viagem pelo mundo de Luis Fernando Veríssimo, baseado em algumas de suas crônicas, ora bem conhecidas do grande público, ora verdadeiros achados, garimpados em sua vasta obra. O texto de Max Reinert enfatiza a fina ironia de Veríssimo em nuances cômicas para possibilitar uma visão crítica e inteligente do mundo, do cotidiano e dos homens.


Encenado a partir de um auditório de Rádio,quando a televisão ainda era uma grande novidade que pouquíssimos podiam usufruir, o veículo era a grande fonte de informação e diversão ao alcance de todos. Neste espetáculo publico e atores são transportados a estes velhos e bons tempos, onde era possível ouvir boa música, rádio novelas, programas de auditório, jornais, etc., pelas mãos de Amaro Amaral e sua equipe campeã de audiência, com muito humor, dinamismo e inteligência. O elenco é formado por Liz Santos, Nina Ribas, Bruno Girello e Cristóvão de Oliveira.


No sábado (11/07) o grupo curitibano volta ao palco para encenar “Fotomaton” do venezuelano Gustavo Ott. Em sua dramaturgia, Ott imprime elementos que convergem diretamente com aspectos estéticos e de linguagem como o nonsense, a frustração, o caos urbano e a violência velada. O monólogo traz à tona um conflito familiar e caótico, sob o ponto de vista de um homem expondo o quão a instituição família está falida.


No palco o personagem Fernando conta ao público sua própria história, representando cada um dos integrantes de sua família, num jogo em que está, o tempo todo, dentro e fora do personagem. Fernando, que é chamado de “Fotomaton” por uma namorada, afirma que é, ele mesmo, o cadáver que repousa na maca da sala de autópsias e que morreu durante uma partida do time de futebol em que joga: o pior time do mundo. E, enquanto o legista forense não chega, começa a descrever cada um de sua família peculiar. Uma autópsia em que se apresentam vítimas da indiferença e da insensibilidade social. Um ator que representa sete seres repulsivos: um jogador de futebol medíocre que vive glórias ausentes, um homossexual rancoroso pelo rechaço de que é vítima, uma consumidora compulsiva e racista, um anarquista equivocado, uma mãe ninfomaníaca e egocêntrica que coleciona amantes como troféus humanos, um comunista covarde que não lutou contra a ditadura mas correu para o exílio, um médico de profissionalismo duvidoso.


Fotomaton é um texto, inédito no Brasil, agraciado com o Prêmio Municipal de Teatro (1997) e Prêmio Casa Del Artista (1999) e, em 2002, foi eleito para participar do Programa de Dramaturgia de “La Mousson D’Ete en Francia” e de “La Mousson a Paris” na Commedie Française, dirigido por Michael Didym.


Serviço:

Sexta Feira (10/07): ZY. Veríssimo!!! 200,9MHz. A Voz da Felicidade No Ar
Horário: 21h
Ingressos: R$20 e R$10 (estudantes, professores, classe teatral, terceira idade)

Sábado (11/07): Fotomatom
Horário: 21h
Ingressos: R$20 e R$10 (estudantes, professores, classe teatral, terceira idade)
Pacote para os dois espetáculos com 50% de desconto para inteira antecipadaEspaço Cultural SantelisaVale (Rua Lafaiete,1054) – Centro


Reservas (16) 3610-7770

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O adeus de Pina Bausch

Foto: Gonçalo Santos
As artes cênicas perdem a revolucionária inventora da dança-teatro, que morreu ontem de câncer, aos 68 anos, na Alemanha

Morreu ontem pela manhã aos 68 anos a coreógrafa alemã Pina Bausch, a artista que dissolveu os limites entre teatro e dança, sem dúvida uma das mais importantes e influentes personalidades da artes cênicas no século 20. Pina, que faria 69 anos no dia 27, morreu no hospital "de forma rápida e inesperada apenas cinco dias após ter recebido o diagnóstico de câncer", informou Ursula Popp, a porta-voz do Tanztheater Wuppertal.

A companhia, fundada por Pina Bausch em 1973, cujo raio de influência atingiu dançarinos do mundo inteiro, estava em apresentação na Polônia e viria ao Brasil em setembro com dois programas: Café Müller, obra para seis bailarinos, considerada marco na carreira da coreógrafa e da qual ela ainda participava, eventualmente, como bailarina; e A Sagração da Primavera, criada para 42 bailarinos. Os dois espetáculos integram a programação de segundo semestre da Temporada de Dança do Teatro Alfa, e as apresentações devem ser mantidas, apesar da perda da criadora e mestra Pina Bausch.

Pina nasceu em Solingen, na Alemanha, em 27 de julho de 1940. Estudou na mais importante escola moderna de seu país, a Folkwang, em Essen, dirigida por Kurt Jooss, onde recebeu e transformou a herança dos mestres do expressionismo como Laban. Estudou também na conceituada escola de dança norte-americana Juilliard. Logo alçou voo autoral. Um de seus méritos, apontam especialistas, foi recuperar o pensamento do coreógrafo Jean-Jacques Noverre (1727 -1810) cujo trabalho recebeu o nome de balé de ação.

A retomada da arte de Noverre, por ela aprimorada ao longo dos anos, levou à implosão da fronteira entre dança e teatro. Fenômeno estético que os brasileiros puderam conferir com seus próprios olhos no palco do mesmo Teatro Alfa, em 2007, quando Pina Bausch e seus bailarinos (entre eles, duas brasileiras, Regina Advento e Ruth Amarante), apresentaram o balé Água, que tinha o Brasil como fonte de inspiração.

Num dos números, uma bailarina entrava solitária no palco com um travesseiro na mão e se acomodava para dormir. A atmosfera era bucólica, um bangalô em meio à natureza no qual se ouviam grilos e aves noturnas. Ocorre que os sons pouco a pouco aumentavam de volume e se diversificavam num coral altissonante, não deixando a moça dormir. Entre risos, o espectador se dava conta que compreenderia seu desejo de cortar todas as árvores. Humor, sinal de inteligência, estava entre as qualidades dessa artista que revolucionou a dança.

Pina Bausch veio ao Brasil pela terceira vez em 1997 para apresentar pela primeira vez no País uma ópera, Ifigênia em Tauris, de Gluck, e a coreografia Cravos, ambas no Teatro Municipal do Rio. O impacto visual da segunda - o palco era inundado por 8 mil cravos vermelhos - foi tão intenso que, ao contrário das visitas anteriores, desta vez sua obra agradou ao grande público. Essa coreografia inaugurou uma parceria jamais desfeita, entre Pina Bausch, Marion Cito nos figurinos e Peter Pabst nos cenários. E mais. Nessa ocasião a coreógrafa conheceu o brasileiro Caetano Veloso, a quem convidou para participar da festa de comemoração, na Alemanha, dos 25 anos da Tanztheater Wuppertal, em 1998.

Na programação de aniversário, estavam sete peças: Ifigênia em Tauris (1974), Café Müller (1974), Arien (1979), Viktor (1986), Palermo, Palermo (1989), Nur Du (1996), coreografia que consagrou mundialmente a dançarina brasileira Regina Advento, e Der Fenstputzer (1997). Caetano participou com dois concertos. Em comum com o cantor e compositor brasileiro, Pina Bausch tem a participação num filme de Pedro Almodóvar, Fale com Ela.

Café Müller é uma das primeiras e mais importantes peças de Pina. Ela tem apenas 30 minutos, seus espetáculos sempre duram no mínimo duas horas, e é representada apenas por seis bailarinos, outra característica rara. Infelizmente, não terá mais a participação da coreógrafa. Ainda assim, os brasileiros poderão assistir à essa peça em setembro, apenas um mês antes do aniversário de 36 anos da Tanztheater Wuppertal. Pina foi casada com o cenógrafo holandês Rolf Borzik, morto em 1980, e atualmente com o chileno Ronald Kay.
Colaboração: professora Fabiana Fonseca