segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

RIBEIRÃO EM CENA NO FESTIVAL DE CURITIBA

"Um Grito Parado no Ar", de Gianfrancesco Guarnieri, espetáculo produzido pela Cia. Ribeirão Em Cena, foi selecionado para participar do XI FRINGE que acontece no mês março em Curitiba. Criado na sétima edição do Festival de Curitiba, em 1998, o Fringe foi inspirado no modelo do Festival Internacional e Edimburgo, Escócia, onde em 1947 grupos que não estavam na programação oficial da mostra resolveram criar um evento paralelo do qual todos pudessem participar.

Na edição deste ano do Festival de Curitiba, o Fringe – termo que em inglês significa "franja" ou "margem" – vai reunir 270 espetáculos e conta com a participação de companhias de 20 estados brasileiros, mais Distrito Federal, além de uma dezena de peças vindas de outros países.

Assim como em Edimburgo, o Fringe não tem curadoria. Sua função é ser um espaço absolutamente democrático, de crescimento infinito da oferta de espetáculos, que reflita a riqueza e variedade das artes cênicas."Um Grito Parado no Ar" será exibido em quatro sessões nos dias 18,19,20,21 no Teatro Odelair Rodrigues, sala com 102 lugares no centro de Curitiba.

Na temporada de Riberão Preto, "Um Grito Parado No Ar", foi visto e aplaudido por mais de 3000 pessoas no Espaço Cultural SantelisaVale. A direção é de Gilson Filho e no elenco estão: Camila Deleigo, Matheus Guerardi, Nani Silva, Neusa Maria de Souza, Joubert de Oliveira e Ricardo Casella. Os figurinos são de Zezé Cherubini e cenários de Marilia Brigagão.

Um Grito Parado no Ar é um dos mais inquietantes textos de Gianfrancesco Guarnieri. A peça gira em torno de um grupo de teatro em seu processo de trabalho e as dificuldades que enfrentam dentro e fora dos palcos. Nesta situação o espectador assiste ao processo de criação do ator quando a mística do teatro é desnudada. A ação de Um Grito opera, simultaneamente, um efeito alegórico para atingir um fim realista, qual seja, mostrar o teatro como um local onde se trabalha e se fabrica uma aparência da realidade. Para aumentar a tensão, credores, a todo momento intervém retirando equipamentos e serviços prestados a companhia. Quando despojados de tudo, resta ao grupo de artistas somente um uníssono grito final, símbolo da luta mas também da sobrevivência frente à opressão reinante.

O Autor
Considerado um dos mais importantes autores da dramaturgia brasileira Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Martinenghi de Guarnieri faleceu em 2005, aos 70 anos, em São Paulo. Sua carreira como ator, diretor e dramaturgo iniciou-se aos 18 anos, quando descobriu o teatro ao militar no Movimento Estudantil.Nessa época, seus companheiros de labuta eram o também dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e Augusto Boal. Em 1958, aos 24 anos, Guarnieri mudou os rumos da dramaturgia brasileira com a obra "Eles Não Usam Black-Tie", que explorava as relações trabalhistas a partir de uma greve de operários. Mas, como ator, foram outras dezenas de criações inesquecíveis no teatro, cinema e televisão. Escreveu ainda mais de 20 peças, sem contar episódios para casos especiais ou seriados. Seu último papel como ator foi na novela Belíssima, como Pepe.

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